Continua a tradição de comprar bom renovo na Feira das Cantarinhas

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Ter, 07/05/2019 - 11:17


Olá! Como estão os leitores da página do Tio João?

Como diz o nosso povo nos seus provérbios “mês de Maio, mês das flores, mês de Maria, mês dos amores”; “quando Maio chegar é preciso enxofrar”; “quando Maio chegar, quem não arou, tem que arar”; “quem em Abril não varreu a eira e em Maio não sacha a leira, anda todo o ano em canseira”; “a água Maio a dá, Maio a leva”, ou ainda “águas de regar de Abril e Maio hão-de ficar”.

Nos rostos já corre o suor por causa do sol que tem feito nos últimos dias e algumas partes do corpo andam já ‘ao léu’, apesar de nos próximos dias termos previsões de mais chuva.

Quem está cá de férias é o nosso tio camionista, José Rodrigues, mais conhecido pela família como Zé do Pipo, de Parada (Bragança), que veio de propósito para fomentar amizades com a família, pois tem visitado muitos tios e tias nas suas localidades e organizou na terra da sua esposa (Cicouro – Miranda do Douro), um almoço-convívio para um grupo de 40 elementos da nossa família na zona de Miranda. Nunca ninguém tinha semeado tanto em tão pouco tempo!

No passado Domingo festejou-se o Dia da Mãe. Por este motivo, tivemos programas com muitos miminhos para as mamãs, com poesias, cantigas e músicas, com lágrimas de recordação, principalmente de quem já viu partir a sua. Um beijinho para a minha mãe e para todas as mulheres que o são.

Na passada sexta-feira, dia 3 de Maio, teve início mais uma tradicional Feira das Cantarinhas em Bragança, que se prolongou até Domingo, dia 5. Antigamente o dia principal desta feira era sempre no 3 de Maio. Este é o segundo ano da mudança da feira para o primeiro fim-de-semana de Maio, apanhando também a sexta, independentemente dos dias do mês em que calhe. Por exemplo, no ano passado, realizou-se nos dias 4, 5 e 6.

As cantarinhas tradicionais, que dão o nome à feira são originárias da aldeia de Pinela (Bragança), embora a grande maioria das que se encontram à venda sejam produzidas em Barcelos, a terra dos oleiros por excelência. De tudo se vende nesta feira, que acontece em simultâneo com a Feira de Artesanato, que já vai na 33.ª edição.

No primeiro dia da Feira das Cantarinhas fui visitar a parte dos produtos agrícolas e ouvi alguns vendedores de renovo, pois é agora a altura de o plantar e, por isso, muita gente das nossas aldeias espera pela feira para o comprar, como foi o caso do nosso tio Luís Modinhas e da tia Lurdes, de Paradinha de Outeiro (Bragança), que encontrei a comprar cebolo, pimentos e tomates. Segundo eles, não se lembram de haver “tanto renovo à venda e com tão bom aspecto”.

A maior parte dos vendedores de renovo são da Terra Quente, mais precisamente da zona de Mirandela, que têm produções familiares e vêm há muitos anos vendê-lo nesta feira. Cebolo do temporão, cebolo valenciano, tomate coração de boi e chucha, pimento do amarelinho, branco e verde, beterraba para salada e para alimento dos animais, repolho, lombarda, alho francês, manjerico, malagueta, curgete, alface, morango, feijão, melão e melancia. É um mundo de produtos que as pessoas adquirem para plantarem nos seus ‘escritórios’ e saberem o que comem.

Quem esteve de parabéns na semana passada foi o tio Gualter (87) e a Maria Emília (69), ambos de Agrochão (Vinhais); Natália (68), de Vinhais; Márcio Alexandre (40), de Argeriz (Valpaços); Sílvia Cristina (27), de Gimonde (Bragança); Artur (78), de Sarzeda (Bragança); Francisco Afonso (36), de Grijó (Bragança); Afonso de Sousa (85), de Azinhoso (Mogadouro); Isabel Maria (89), de Izeda (Bragança); Arminda Machado (66), das Quintas da Seara (Bragança); Filipe Gonçalves (18), de Sacoias (Bragança); Zita Pinto (80), de Bragança; a tia Luisinha (80), de Bragança; Alice (85), de Cidões (Vinhais); o Tio Lita (74) e a minha sobrinha Bruna Fernandes (9), ambos de Caravela (Bragança). Que o ministro dos parabéns lhos volte a cantar para o ano.

A todos muita saúde e que coza o forno.