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Rigor e selectividade na agricultura

Ter, 17/10/2006 - 16:10


Os sectores agrícolas mais competitivos e dinâmicos vão ser apoiados pelo Governo durante o próximo Quadro Comunitário de Apoio (QCA). A posição foi defendida pelo secretário de Estado da Agricultura e das Pescas, Luís Vieira, em Mirandela, no passado sábado.

Em debate esteve o tema “O Desenvolvimento Rural de Trás-os-Montes”, um seminário integrado no Fórum Novas Fronteiras, proposto pelo PS.
O responsável revelou que esta medida do Executivo vai ser “implementada com bastante rigor e selectividade”, uma vez que “o Governo não pode apostar em tudo”, esclareceu. Deste modo, o apoio estatal vai recair sobre as fileiras que têm demonstrado ser dinâmicas e competitivas, como os segmentos do azeite, vinho, horticultura e floricultura, florestas e produtos tradicionais de qualidade.
O próximo QCA vai ser aplicado com vista à racionalização e rigidez dos recursos financeiros, ao contrário daquilo que tinha sido feito durante a anterior campanha. “Gastámos 200 milhões de contos só em tractores e não tivemos nenhuma rentabilidade”, exemplificou o responsável. Contudo, o actual objectivo do Governo é apoiar os projectos que produzam para o mercado e que se associem com as diversas etapas, desde a transformação à comercialização, entre outras. “Vamos ajudar os agricultores de fileiras que se articulem com as devidas unidades para comercializar os seus produtos”, sustentou Luís Vieira.
Este objectivo, na óptica do responsável, vem de encontro à necessidade que a agricultura nacional tem em se afirmar pela qualidade e diversidade. Factores que, segundo o secretário de Estado, só se conseguem através de “mais desenvolvimento rural, mercado e maior segurança”.

Trabalho em conjunto

A par dos apoios em projectos que demonstrem, à partida, ser competitivos e dinâmicos, Luís Vieira assegurou que o progresso da agricultura portuguesa passa pelo trabalho conjunto de diversos “actores”. Deste modo, o Governo vai reforçar a aposta nas associações e colectividades, enquanto os agricultores que pretendam trabalhar individualmente terão apoios mais escassos. “O futuro passa por outro caminho que não o do individualismo”, reforçou o responsável.
O objectivo da Administração Central é evitar a aplicação de verbas de forma “pulverizada e defender o investimento nas colectividades eleitas pelos produtores como parceiras. “As associações são bastante importantes em relação ao apoio técnico prestado aos agricultores”, assegurou Luís Vieira.
Durante o seminário foi, ainda, debatida a vitalidade da Investigação e Desenvolvimento (I&D) em unidades agrícolas e agro-industriais e a racionalização de apoios nesta área. “É necessário criar mais massa crítica para reduzir custos e aumentar a eficácia”, justificou o responsável. O objectivo, segundo o membro do Governo, não é terminar com os investigadores, mas averiguar aquilo que tem fracassado neste segmento.