Miguel Torga e Bragança

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Ter, 13/02/2007 - 15:29


A Escola Secundária Miguel Torga – Bragança – trouxe ao auditório Paulo Quintela, em Bragança, a docente, da UTAD, Assunção Morais Monteiro para as comemorações do Centenário do Nascimento de Miguel Torga.

O público, na maioria alunos das escolas da cidade, compareceu em peso, revelando os sentimentos que Bragança nutre pelo poeta.
Na conferência, Assunção Monteiro falou sobre a vida e obra de Miguel Torga, recordando, sobretudo, a passagem pelo Brasil e o início da actividade literária. No entanto, as pessoas presentes centraram as atenções na ligação do escritor com o concelho bragançano. Para quem não sabia, Miguel Torga foi um verdadeiro gramático da paisagem bragançana, pois cantou, como ninguém, os campos, os rios, o património, a gastronomia e a música da região. Tal como afirma num dos “Diários”, “Troco jóias siderais por qualquer seixo nordestino”.
A amizade entre Torga e o Abade de Baçal também foi salientada pela oradora, pois ambos foram extremamente telúricos.
Em suma, uma conferência comovente, interactiva e atraente, a favor de um homem que adoptou Miguel por admiração literária e Torga pela força telúrica original.
Com o seu verdadeiro nome, Adolfo Rocha, foi um dos poetas que passaram pelas páginas e pela direcção da “Presença”. Em 1930 rompeu com o grupo para seguir uma trajectória literária vincadamente pessoal e única. Nas linhas temáticas do autor encontra-se a criação poética, a condição humana, a revolta da imanência humana contra a transcendência divina, o desespero humanista, a esperança e a dimensão telúrica da Natureza. Poeta e contista, é um dos nomes grandes da literatura portuguesa do século XX e Trás-os-Montes é o seu centro cósmico.