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Via medieval integra roteiro

Ter, 19/09/2006 - 15:11


Foram precisas mais de três horas para um grupo de 150 caminheiros, de todas idades, percorrer o traçado sinuoso do caminho do Douro, que liga a localidade de Poiares, no concelho de Freixo de Espada à Cinta, a Barca d` Alva, já na outra margem do rio.

No total foram palmilhados cerca de 9 quilómetros, por vezes com algumas dificuldades, o que tornou mais atractiva a caminhada. Este percurso pode, igualmente, ser feito de burro.
Se houve atrasos foi culpa da imponente paisagem duriense que, naquele local, assume contornos entre “o belo e o horrível”, como afirmou Guerra Junqueiro, que, durante a sua vida, por ali passou várias vezes, já que o poeta era proprietário de uma quinta agrícola naquela zona.
O troço da calçada de Alpajares – via medieval construída com milhares de fragmentos de quartzo – tem o seu início junto ao castro de São Paulo, descendo, em ziguezagues, até á ribeira do Brita. A extensão deste percurso histórico é de um quilómetro, que tem cerca de 28 curvas apertadas.

Lendas marcam percurso

Durante todo o percurso, muitos dos residentes da localidade de Poiares contavam aos outros caminheiros uma série de lendas que estão associadas àquele antigo percurso agrícola.
“A lenda da calçada está associada a uma ponte que o diabo construiu em, apenas, uma noite, mas o demo não conseguiu os seus intentos, já que os caminhantes não lhe vendiam a alma e atravessavam o escuro e profundo vale da ribeira de Mosteiro. Esta calçada dava acesso aos muitos moinhos que havia junto aos ribeiros que correm naquele vale” assegurava Antonino Andrade, um dos participantes no passeio.
Actualmente, a travessia do ribeiro é feito por uma pequena ponte feita em manilhas de cimento.
Por outro lado, há ainda pontos na calçada que são conhecidos pelos residentes da região como o “terreirinho das bruxas”, que segundo as lendas era um ponto onde as bruxas dançavam.

Investimentos futuros

Segundo o coordenador do roteiro “Calçada de Alpajares”, Nelson Rebanda, este roteiro está inserido nas comemorações do 250 anos da criação da Região Demarcada do Douro. Agora, a ideia é dotar o percurso de elementos técnicos que o acompanhem, já que há referências à Calçada de Alpajares desde o século XVII.
“Este percurso tem, para além dos aspectos cénicos, um importante valor cultural, ao passo que o roteiro é uma forma de pôr o património a render,” acrescentou o responsável.
Para já, há instituições que têm aqui um papel de destaque, como é o caso do Museu do Douro e do Parque Natural do Douro Internacional.
Neste momento, já há património a recuperar, como é o caso do Castro de São Paulo e dos pombais tradicionais.
A autarquia de Freixo de Espada à Cinta já assumiu a sua responsabilidade, garantindo que, no futuro, há uma série de iniciativas agendadas para aquela região, tendo em vista a divulgação turística da região de Alpajares.
O roteiro editado vai proporcionar aos visitantes uma consulta mais detalhada daquela região, onde a fauna, a flora, o património cultural e a geologia são matérias que estiveram em estudo.