Ter, 12/09/2006 - 15:27
Foi em ritmo lento que a chamada “Marcha Maternal” percorreu cerca de 22 quilómetros de percurso urbano e via rápida, numa acção que agradou ao presidente da Câmara Municipal de Mirandela (CMM), José Silvano. “Preferimos quebrar que torcer”, garante o autarca.
O encerramento desta maternidade adquire, na óptica de manifestantes e edil, maiores proporções quando é associado rede de estradas de estradas da região. “Até termos, pelo menos, um quilómetro de auto-estrada, que nos deixem ficar as duas maternidades e as valências nos hospitais, porque nós precisamos da Saúde”, reivindicou o autarca.
Após a “Marcha Maternal”, o PSD apresentou uma moção na Assembleia Municipal extraordinária, a pedir ao ministro da Saúde, Correia de Campos, a suspensão desta decisão e a manutenção das maternidades de Mirandela e Bragança.
Esta posição é partilhada pelo presidente da CMM. “O ministro deveria recuar na decisão, pelo menos até estar concluída a A4, o IP2 e o IC5”, sublinhou o autarca, acrescentando que, “só com a construção das principais rodovias é que todos os concelhos podem chegar rapidamente à maternidade da capital de distrito ou a outra qualquer”.
Estradas primeiro
Durante a marcha lenta, José Silvano pediu a intervenção do primeiro-ministro, José Sócrates, já que, segundo o edil, “esta manifestação é para o resto do Governo e o seu executivo, uma vez que Correia de Campos, só vê aquilo que quer”.
A moção aprovada em Assembleia Municipal alinha pelo mesmo diapasão. “Enquanto não se fizesse o estudo das acessibilidades, deveria suspender-se esta deliberação e manter os dois equipamentos a funcionar”, refere o documento.
Contrariando a data que estava marcada, a maternidade de Mirandela encerrou às 21 horas do passado sábado.
Ficou, assim, sem resultados práticos a providência cautelar apresentada, na passada quinta-feira, pela CMM, uma vez que não impediu o Centro Hospitalar do Nordeste (CHNE) de fechar o bloco de partos da cidade do Tua.
Quatro providências cautelares
O director clínico do CHNE, Sampaio da Veiga, afirmou que o Ministério da Saúde respondeu às quatro providências cautelares (Macedo de Cavaleiros, Alfândega da Fé, Carrazeda de Ansiães e Mirandela) apresentadas pelas autarquias, anulando o interesse público invocado em tribunal.
Contrariando esta informação, José Silvano pediu aos Bombeiros Voluntários para, fazerem soar as sirenes às 7:30 horas de ontem, com o objectivo de mobilizar a população num novo protesto.
Inconformado com este encerramento prematuro, o autarca defende que os responsáveis pelo CHNE deveriam aguardar mais algum tempo, “pelo menos até as questões das acessibilidades estarem resolvidas”.
Assim, José Silvano considera a medida apressada e ilegal. “Não pensaram nas consequências deste acto”, assevera. No entanto, caso a decisão legal seja favorável ao encerramento do bloco de partos mirandelense, o autarca garante que “irá respeitar o que for decretado”.
Sandra Canteiro/ Fernando Cordeiro