GNR já está a fiscalizar limpeza dos terrenos

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Ter, 10/05/2022 - 11:05


Prazo para limpeza dos terrenos terminou a 30 de Abril

A GNR já começou a fiscalizar os terrenos que não estão limpos. Até 30 de Abril os proprietários estavam obrigados a limpar nos 50 metros à volta das casas isoladas e 100 metros à volta dos aglomerados populacionais. Durante o mês de Abril o SEPNA, conhecidos como “Os Verdes“ da GNR, realizaram acções de sensibilização no que toca à limpeza de terrenos, sinalizaram espaços, alertaram para a “necessidade de fazer a gestão de combustível para proteger as suas casas e para proteger os aglomerados populacionais”. Além disso, apresentou alternativas ao uso do fogo na queima de sobrantes agrícolas e florestais, como a trituração. Segundo o responsável pelo SEPNA de Bragança, no distrito, 139 freguesias foram assinaladas como prioritárias, nas quais foram identificadas 147 situações de possível infracção. “É um número inferior ao dos anos anteriores. O ano passado foram assinaladas mais de 200 situações”, afirmou Vítor Romualdo. A 1 de Maio começou o período de fiscalização da GNR no âmbito da prevenção dos incêndios. Dura até ao final deste mês e incide na fiscalização de terrenos perto de edifícios e aglomerados populacionais, como parques de campismo, parques industriais, plataformas de logísticas e aterros sanitários. Para os proprietários dos terrenos que não estejam limpos, a coima pode ir de 140 a 60 mil euros. Até à passada sexta-feira, 6 de Maio, ainda não tinha sido aplicada nenhuma coima. É nesta altura que as empresas de limpeza são contratadas para fazer este trabalho em terrenos privados. A “Mata Verde”, uma empresa que faz jardins, limpeza de floresta, bermas e terrenos, situada em Bragança, já começou a receber pedidos para limpeza perto das casas. No entanto, o sócio-gerente Ramiro Rodrigues, considera que estes prazos deviam ser alterados, porque “as herbáceas aparecem mais tarde” e, por isso, a limpeza deveria ser permitida “até 31 de Maio, porque há muitos terrenos que se limparmos até Abril a erva rebenta logo outra vez e há a necessidade de fazer duas limpezas”. Outro dos problemas identificados pelo proprietário diz respeito com a dificuldade dos clientes mais idosos em pagar este serviço, uma vez que é “relativamente caro”, tendo em conta “as reformas”. “A alguns nem lhes cobramos nada, já não é o primeiro cliente que nem lhe levamos nada. Há pessoas que não conseguem limpar porque não têm dinheiro e depois o mato vai ficando cada vez maior e as pessoas têm bastante dificuldade, em termos monetários, para fazer essas limpezas”, contou. A juntar-se a isso está ainda a falta de mão-de- -obra. A “Mata Verde” tem 27 trabalhadores, com idades entre os 25 e 40 anos, mas são insuficientes para a quantidade de trabalho. Arranjar quem queira trabalhar na área é tarefa difícil. “O nosso trabalho é difícil e vem muita gente trabalhar, nós damos um período de experiência, e depois vão-se embora. Andar todo o dia com uma moto roçadora ou com uma enxada é terrível”, frisou Ramiro Rodrigues. Também a APATA, Associação de Produtores Agrícolas Tradicionais e Ambientais, de Mogadouro, realiza este tipo de trabalhos. Tem cerca de 50 trabalhadores, metade são estrangeiros, porque também tem dificuldade em arranjar mão-de-obra na região. O dirigente, Armando Pacheco, entende que, na região, a limpeza dos terrenos a 50 metros das casas ou 100 metros dos aglomerados populacionais “não é uma preocupação”, “uma vez que à volta das nossas aldeias existe terrenos agrícolas e parte da floresta está mais distante da agricultura”.

Jornalista: 
Ângela Pais