D. José Cordeiro despede-se da diocese com missa na catedral

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Ter, 08/02/2022 - 10:56


D. José Cordeiro presidiu domingo a uma missa de acção de graças pelo seu ministério na Diocese de Bragança-Miranda

O futuro arcebispo de Braga falou dos 10 anos em que esteve à frente da diocese, deixando uma mensagem de gratidão. “Os 10 anos de exercício aqui em Bragança-Miranda foram de uma enorme experiência a todos os níveis e dimensões, humana, espiritual, pastoral, intelectual, cultural. A gratidão é a maior palavra, porque muito aprendi, sobretudo com os mais velhos, com os doentes, os presos, as crianças e os jovens”, sublinha. Ao longo dos últimos anos enquanto bispo diocesano, muitas vezes D. José Cordeiro alertou para os problemas de pobreza e desigualdades socias no território, mas admite que “há muito para fazer, porque há muitas situações de desigualdades, muitas problemáticas no interior”. “É preciso cada vez mais dar a centralidade do Interior, citei as palavras que ainda há dias o Papa Francisco recordou, dizendo que é das periferias, é do interior que se vê melhor a totalidade. Muitas coisas belas conseguimos construir juntos e criámos uma interligação, para dizer que não somos pessoas sozinhos, ou nos salvamos todos ou nos perdemos todos. Aqui não é apenas por alguns interesses locais ou regionais ou da interioridade, mas da dignidade da pessoa humana, do serviço ao bem comum”, sublinhou o ainda administrador da Diocese de Bragança-Miranda. “Aquilo que foi possível realizar, com as limitações próprias da realidade em que nos encontramos, foram dados passos muito significativos e abertos processos e caminhos e aqueles que são autênticos hão-de continuar, seguramente, e outros serão renovados”, afirmou ainda. Sobre as dificuldades quanto ao número de padres na diocese, salientou que nos últimos 10 anos ordenou oito padres e recebeu mais quatro para o serviço na diocese. “Se atendermos ao território, porque é grande, a quarta maior diocese de Portugal poderíamos pensar que não são suficientes, atendendo às pessoas que aqui estamos, os sacerdotes são suficientes, mas nós queríamos sempre mais, para essa proximidade ser ainda efectiva e afectiva”, afirmou destacando o papel dos leigos, dos ministérios laicais, dos leitores, dos acólitos e dos catequistas. Depois de ter sido escolhido a 3 de Dezembro para ocupar o lugar de arcebispo de Braga, D. José Cordeiro toma posse no próximo sábado. Um desafio que enfrenta com um acréscimo de responsabilidade. “Na igreja subir e descer. Nesse sentido de maior responsabilidade, e citando D. Hélder da Câmara, também dizia na homilia que Deus não nos quer para as facilidades. E é mais fácil o difícil, porque nos comprometemos totalmente, mas não sozinhos, com todos aqueles que estão nas realidades para as quais vamos servir, com este sentido da humildade e de sermos um entre tantos”, afirmou, assumindo o compromisso com “fé humilde”. D. José Cordeiro admite que a diocese de Bragança- -Miranda não deixa de ser a sua “diocese de referência” e de constituir as suas “raízes”. A missa de despedida de D. José Cordeiro da diocese teve lugar ontem na catedral de Bragança no domingo à tarde e foi concelebrada por D. António Montes Moreira, bispo emérito de Bragança- -Miranda e D. Fernando Sanchez, bispo da Diocese de Zamora, em Espanha. No próximo dia 14 é anunciado o novo administrador da diocese de Bragança-Miranda.

Perfil:

D. José Manuel Garcia Cordeiro foi ordenado padre a 16 de Junho de 1991, até 1999 foi pároco, formador no seminário da diocese transmontana e capelão do Instituto Politécnico de Bragança. Foi vice-reitor do Pontifício Colégio Português, em Roma, entre 2001 e 2005, ano em que foi nomeado reitor da instituição, onde se manteve até à sua nomeação para a Diocese de Bragança-Miranda, a 18 de Julho 2011, pelo Papa Bento XVI, tendo sido ordenado bispo a 2 de Outubro do mesmo ano. A 3 de Dezembro de 2021, foi nomeado pelo Papa Francisco como sucessor de D. Jorge Ortiga para a Arquidiocese de Braga

Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro