Associação SEDES chega a Trás-os-Montes

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Ter, 22/02/2022 - 16:33


Conselho distrital junta Bragança e Vila Real para pensar problemas e desenvolvimento da região

A SEDES - Associação para o Desenvolvimento Económico e Social - tem agora representação em Trás-os-Montes. O mais recente Conselho Distrital tomou posse dia 19 em Miranda do Douro e junta Bragança e Vila Real.

O presidente da SEDES Trás-os-Montes, Óscar Afonso, entende que ter mais dimensão pode ser vantajoso para a discussão dos problemas da região. “Convidaram-me para formar o núcleo de Bragança e, que juntamente com pessoas de Vila Real, achámos que fazia mais sentido alargar a escala a todo Trás-os-Montes, porque temos mais dimensão e somos mais, somos mais bem ouvidos. Não temos uma sede física, umas vezes reuniremos em Miranda do Douro, outras em Bragança e outras em Vila Real”, referiu.

Óscar Afonso, que integra o Movimento Cultural Terra de Miranda e é presidente da Assembleia Municipal de Miranda do Douro, entende que é urgente revitalizar a região e inverter o declínio demográfico. “O MCTM já tem um plano estratégico, provavelmente vamos divulga-lo no seio da SEDES. Estávamos muito focalizados no território da Terra de Miranda, se calhar vamos alargá-lo a todo o Trás-os-Montes, vamos usar os vários canais para potenciar as nossas ideias, numa tentativa de revitalizar o território”, afirmou o também membro fundador do Núcleo de Investigação em Finanças Públicas e Política Monetária e do Observatório de Economia e Gestão de Fraude.

Com mais de 50 anos, a SEDES é uma das mais antigas associações cívicas portuguesas e tem nos últimos anos criado representações em vários locais a nível nacional, sendo a de Trás-os-Montes a 11.ª, depois das distritais SEDES de Beja, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Leiria, Portalegre, Santarém e Setúbal.

“Portugal não é só Lisboa e agora a SEDES, finalmente, está por todo o país. No fundo, é uma associação de um conjunto de quadros académicos, intelectuais, empresários, políticos que pensam o país, que se preocupam com Portugal de forma independente e está a reunir em cada distrito as suas elites. As lideranças são muito importantes, temos de ter elites que pensem a sua região, a ideia é que esta SEDES pense Trás-os-Montes. Portugal é um todo, mas tem sido muito centralizado”, sustenta o presidente da associação, Álvaro Beleza.

A SEDES defende uma reforma do sistema eleitoral, com a criação de círculos uninominais ou de um senado, para que os diferentes círculos eleitorais tenham representatividade semelhante. No entanto, Álvaro Beleza entende que a regionalização “não vai ser a panaceia que muitos acreditam”, ainda que defenda que “haver poderes executivos ao nível regional faz sentido, o problema é que não chega”. Por isso defende que é necessário “alterar o sistema eleitoral” criando círculos uninominais, deputados por círculos e um senado. “Se Bragança tiver 3 ou 4 deputados, se forem uninominais respondem perante os seus eleitores e não perante o chefe do partido, vão defender mais a sua terra do que os actuais deputados em listas. Ou então a criação do senado, em que os distritos mais pequenos tinham de ter, por exemplo, dois senadores e os maiores no máximo seis e aí o país estaria equilibrado, porque na altura da votação do orçamento e outras matérias teriam de ter direito de veto”, sublinhou.

A SEDES tem vários observatórios que se dedicam discutir diferentes assuntos, como saúde, solidariedade social, justiça ou competitividade fiscal e passa agora contar com representantes transmontanos.

 

Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro