Ter, 21/02/2006 - 14:39
O projecto, denominado “Clique Solidário”, destina-se à formação de jovens, adultos e idosos que estejam interessados em aprender a trabalhar em computadores ou para quem quiser aperfeiçoar os seus conhecimentos ao nível da informática.
Esta formação, leccionada por Hilário Martins, um utente da ASCUDT, é composta por dois níveis: um de 12 horas, ao qual é atribuído um diploma de competências básicas, e outro de 60 horas, que se destina a profissionais que pretendam melhorar os conhecimentos informáticos.
O curso teve início em 2004, tendo atribuído, nesse mesmo ano, 121 certificações, um número que quase duplicou no ano seguinte (232 pessoas receberam um certificado de competências básicas).
Hilário Alves é deficiente motor e confessa que é um apaixonado pela informática. Depois de ter frequentado algumas formações nesta área, foi convidado pela Associação para integrar o projecto “Clique Solidário”.
Internet ajuda na
recuperação de utentes
Na óptica da directora técnica da ASCUDT, Manuela Miranda, a informática é um instrumento fundamental para o desenvolvimento das capacidades dos deficientes.
“Temos aqui um utente que sofreu um acidente vascular cerebral e foi através do uso do computador e da Internet que conseguiu uma recuperação psicológica mais notável”, acrescentou a responsável.
Por isso, a ASCUDT pretende fazer chegar computadores e Internet a casa dos utentes, para lhes proporcionar um quotidiano mais produtivo, dado que as instalações da associação não têm condições para dar resposta a todas as solicitações.
“Vamos tentar estabelecer acordos com operadores, dado que a associação não tem recursos financeiros para suportar essas despesas”, acrescentou Manuela Miranda.
Os incentivos às pessoas portadoras de deficiência são a principal prioridade da ASCUDT. Por isso, a partir do próximo domingo, os utentes vão ter um espaço no Mercado Municipal para poderem vender os objectos artesanais que criam diariamente.
“50 por cento do montante da venda dos objectos é para os criadores da obra, como forma de incentivo para continuarem a ocupar o seu tempo com esta actividade”, realça a directora técnica da associação.
As barreiras com que se deparam, diariamente, as pessoas portadoras de deficiência foram, igualmente, salientadas pela responsável, que garante que a associação está a levar a cabo várias acções de sensibilização junto das instituições, para não se esquecerem destas pessoas que também fazem parte da sociedade.