Arguidos acusados da morte de Giovani foram libertados

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Ter, 06/07/2021 - 15:48


Os sete arguidos acusados do homicídio qualificado do cabo-verdiano Luís Giovani Rodrigues estão agora em liberdade.

O prazo de duração máxima de prisão preventiva e de obrigação de permanência na habitação terminaria dentro de dias. No entanto, estão proibidos de sair do concelho e sujeitos a apresentações bissemanais às autoridades. Joaquim Rodrigues, o pai do jovem cabo-verdiano, que morreu dez dias depois de ter sido espancado, na madrugada de 21 de Dezembro de 2019, segundo acusação do Ministério Público, testemunhou ontem, terça-feira, dia 5, em tribunal. Confirmou que o filho trocou mensagens, após a contenda, com uma amiga, que estava em Boston, dizendo que fora agredido com um pau na cabeça. As imagens (printscreen) das mensagens foram trazidas recentemente para o processo, o que suscita dúvidas acerca da sua veracidade aos advogados dos arguidos. Ainda assim, ontem, Joaquim Rodrigues afirmou não ter incerteza alguma da autenticidade da conversa, que pode, de facto, comprovar que foi uma agressão que matou Giovani. “São verdadeiras. Não há nenhuma falsificação”, esclareceu quanto às mensagens. Quanto ao facto de a conversa só agora ter sido trazida para o processo, Joaquim Rodrigues que inicialmente não pareceria relevante. Explicou que mãe de Giovani, que também vive em Boston, foi visitada por aquela amiga, que lhe disse que fora a última pessoa a falar com o jovem. Ao saber, a mãe do cabo-verdiano pediu à rapariga que lhe facultasse as imagens e decidiu enviá-las, meses mais tarde, a Joaquim Rodrigues, quando começou a ser cada vez mais posta em cima da mesa a tese de ter sido uma queda a provocar a morte do estudante. O pai do jovem, que frisou que, “normalmente, espera-se que seja um filho a fazer o funeral de um pai e não o contrário”, disse ainda que sempre acreditou que a morte do jovem se ficou a dever às agressões que terá sofrido naquela noite. Joaquim Rodrigues, dizendo-se “destroçado”, sendo que a perda do filho “é irreparável”, terminou dizendo acreditar no tribunal, sendo que “a justiça será feita”. Apesar de tudo, as mensagens trocadas entre os jovens vão ser analisadas. O pedido foi feito pelos advogados dos sete arguidos. Ricardo Vara Cavaleiro, advogado de um dos acusados, esclareceu que a conversa “não pode deixar de ser escalpelizada”, já que se estranha que só agora chegue ao processo, uma vez que a tese de uma possível queda foi levantada desde muito cedo. Estas mensagens foram trocadas através da plataforma Viber. As próximas sessão de julgamento estão marcadas para os dias 1 e 2 de Setembro.

Jornalista: 
Carina Alves