Surto de Covid-19 na Santa Casa de Bragança com 120 casos

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Qua, 07/10/2020 - 10:12


O número de casos positivos de Covid-19 nos três lares da Santa da Misericórdia de Bragança (SCMB) cifrava-se, nesta terça-feira, em 120: 102 utentes e 18 funcionários

Actualmente há mais de 300 casos activos no distrito, tendo-se registado ao longo da última semana um aumento de 153 casos, 90 deles só entre sexta e terça-feira, sendo o surto na IPSS de Bragança a situação mais preocupante e que mais contribuiu para este aumento. Até agora há a lamentar 29 óbitos associados ao novo coronavírus, depois de, no sábado, um homem de 58 anos, de Lamoso, Mogadouro, ter falecido. No mesmo dia começaram a ser testados os 197 trabalhadores das restantes valências da instituição: creche, escola do primeiro ciclo, Unidade de Cuidados Continuados e Centro de Educação Especial. No caso destas duas últimas unidades, também vão ser testados 132 utentes. Quanto aos alunos, estão a ser acompanhados pelas entidades de saúde pública, que decidirá se irão ser ou não testados. O primeiro caso positivo de uma trabalhadora foi conhecido no dia 22 de Setembro. Sobre a realização dos testes só vários dias depois, o autarca e responsável da protecção civil municipal remete para as autoridades de saúde. “Tem de perguntar às autoridades competentes. Se eventualmente puder haver uma maior celeridade na resposta, nomeadamente, ao nível quer do número de testes, quer dos resultados concordo que me parece que terá de haver uma maior agilização para que possam ser tomadas decisões mais atempadamente”, sublinhou Hernâni Dias. José Fernandes, membro da mesa da Santa Casa de Bragança, explica que começaram então a ser testadas as pessoas que apresentaram sintomas e que só depois de uma idosa ter ido, no dia 26, às urgências, devido a uma queda e se saber, no dia 28, que testou positivo, se avançou para “o processo de testagem em todos os lares, no dia 29 no lar de Santa Isabel e tivemos as respostas dia 30, o lar de Santa Teresa foi testado dia 1 e o lar da Imaculada foi testado dia 2 e tivemos resultados destes dois no dia 3”. Também o porta-voz remete a responsabilidade deste processo para as autoridades de saúde. “Comunicámos os casos com sintomas à saúde pública, que depois desenvolveu o processo de os testar e de dizer quais os procedimentos que temos de tomar”, referiu. A protecção civil municipal critica a demora do processo de testagem e pede mais rapidez na realização e processamento dos testes. O presidente da câmara, Hernâni Dias, referiu que “não se admite que, numa altura destas, tenhamos os laboratórios a trabalhar apenas à segunda, quarta e sexta-feira. Se eventualmente se sábado houver alguém infectado e vá fazer o teste só vai para o laboratório na segunda-feira e provavelmente só conhecerá o resultado 48 horas depois, o que significa que poderá haver uma situação em que uma pessoa esteja 4 dias sem conhecer os resultados”. O autarca já reuniu com a ULS Nordeste, para discutir este assunto e ainda solicitar que sejam postos em funcionamento equipamentos de testagem da unidade. Os 21 pacientes negativos com mobilidade foram transferidos para uma unidade hoteleira da cidade. Já os acamados com teste negativo permanecem na instituição, mas separados dos mais de 100 utentes positivos. 10 utentes já foram assistidos no hospital e actualmente apenas dois estão internados e um em observação. Entretanto, na manhã de domingo, chegou à SCMB a brigada de intervenção rápida, composta por profissionais de saúde e auxiliares. O autarca de Bragança diz- -se “muitíssimo preocupado” com a situação. Não querendo criar alarmismo reconhece que o surto pode “ter um impacto maior na comunidade” e espera que, “com as medidas todas que estão a ser adoptadas” se consiga fazer com que isso não aconteça, estando a ser realizados esforços para “tentar confinar o surto ao espaço onde surgiu”.

Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro