Ter, 07/11/2006 - 10:21
Recorde-se que, este ano, independentemente da dimensão do incêndio, eram deslocados para o terreno as equipas helitransportadas e os meios terrestres, para combaterem as chamas na fase inicial.
Segundo o governador civil de Bragança, Jorge Gomes, o trabalho da GNR também contribuiu significativamente para a diminuição do número de ocorrências.
No entanto, Jorge Gomes realça o elevado número de falsos alarmes, que mobilizavam os meios sem necessidade, pondo em causa a actuação dos soldados da paz num incêndio que pudesse surgir nesse espaço de tempo.
O responsável realça que foram registados 105 alertas de incêndio falsos, dos quais 27 deram origem a processos que foram enviados para tribunal.
A substituição dos dois aviões que se encontravam estacionados no aeródromo de Bragança por um helicóptero e a localização dos dois meios aéreos nas serras de Bornes e da Nogueira foram, também, um ponto forte na melhoria da eficácia no combate às chamas.
A par da diminuição da área ardida, de mais de 10 mil hectares para cerca de 2 500 hectares, Jorge Gomes garante que, este ano, também não se registaram percas de habitações com origem em fogos florestais.
Para que o distrito fique totalmente coberto de meios, Jorge Gomes afirma que é necessário colocar mais um helicóptero num ponto estratégico
Contudo, o governador também destaca alguns pontos negativos que acabaram por ser um obstáculo à actuação dos meios, como foi o caso do problema das comunicações, da falta de gabinetes de Protecção Civil nas Câmaras Municipais, bem como a localização inadequada de alguns postos de vigia.
A acção nocturna é outro dos pontos que irá ser alterado já no próximo ano, para fazer face aos focos que possam aparecer por falta de vigilância, dado que os soldados da paz recolhiam ao quartel por volta das 22 horas.
Segundo Jorge Gomes, o incêndio mais problemático verificou-se em Mirandela, tendo o fogo chegado perto de bombas de combustível, devido à falta de limpeza da floresta.
Já o concelho de Carrazeda de Ansiães foi aquele que apresentou o maior número de incêndios (64), que consumiram uma área aproximada de 693 hectares.
Quanto à origem dos 514 focos que deflagraram no distrito, o governador civil afirma que, apesar de terem sido detidos 3 incendiários, a maioria tem origem em descuido humano.
Para o próximo ano, Jorge Gomes afirma que a limpeza das florestas vai ser uma prioridade ao nível da prevenção. Já no plano do combate, o responsável realça que para que o distrito fique totalmente coberto é necessário mais um helicóptero.