Ter, 19/09/2006 - 15:14
Esta aspiração já é antiga e não surge, apenas, nas comemorações dos 250 anos do Douro. Como Freixo de Espada à Cinta também faz parte deste rincão privilegiado pela natureza no que toca à produção vitivinícola, também quer pertencer ao roteiro classificado pela UNESCO.
O vice-presidente da Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta, Pedro Sá Mora, classificou como uma “injustiça” o facto do concelho não fazer parte do roteiro do património classificado pela UNESCO. “Não só estamos incluídos na região demarcada como é aqui uma das portas de entrada no Douro Vinhateiro”, acrescentou o responsável.
As pessoas de Freixo também são agentes de transformação da paisagem duriense. “Estamos dispostos a repor a verdade histórica. Quando foi do problema da filoxera (ver caixa), foi neste concelho que a doença começou a ser combatida, dando um novo folgo a toda a região vitivinícola do Douro,” sustentou o autarca.
No seio das gentes de Freixo de Espada à Cinta há varias opiniões relacionadas com esta matéria, mas a maioria são favoráveis à inclusão do concelho na zona classifica como Património da Humanidade.
Comercialização de vinho
marca economia de Freixo
Aquela região está totalmente inserida no Parque Natural do Douro Internacional, uma região privilegiada ao nível da flora e fauna, com exemplares únicos na Península Ibérica, como é o caso das aves rupicolas. Estes atributos podem ser um cartão de visita.
Afonso Corvo, estudioso da região de Freixo de Espada Cinta, com vários artigos publicados na área da cultura e vida local, afirma que, dado o fracasso das culturas primitivas, como é o caso do trigo, amêndoa e azeitona de conserva, a região virou-se essencialmente para a vinha, dado que várias plantações de amendoal foram arrancadas para se plantarem grandes vinhedos.
Com o aparecimento da Adega Cooperativa de Freixo de Espada à Cinta (ACFEC), a produção de vinho ganha um novo impulso, já que são muitos aqueles que estão a optar pela cultura da vinha em detrimento de outras produções agrícolas.
“Em tempos, o amendoal era, para além de um produto agrícola de grande importância, também tinha a componente turística, já que a flor da amendoeira, há 20 ou 30 anos, atraía multidões ao concelho,” salientou o investigador.
Agora, é certo e sabido que o vinho pode ser a tábua de salvação da agricultura local, já que ali se produz vinho fino e de mesa.
A ACFEC tem, actualmente, cerca de 700 associados que produzem um 1,7 milhões de litros de vinho.
Em 2001, aquela estrutura vitivinícola, instalada na Região Demarcado Douro, sofreu um investimento de 3 milhões de euros na sua modernização. Actualmente, tem no mercado a marca de “Montes Ermos”, que já foi premiada a nível nacional e internacional.