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Professores contestam colocações

Ter, 12/09/2006 - 16:13


Eugénia Melo, professora do 1º Ciclo há 26 anos, não se conforma com a escola que lhe foi destinada a 18 de Agosto, visto que fica a 112 quilómetros da sua residência.

Com 49 anos, a docente garante que a forma como decorreram os concursos foi injusta para os professores que somam mais anos de serviço, dado que as 86 vagas disponibilizadas na primeira fase contemplaram, na sua maioria, as escolas do distrito mais distantes de Bragança.
Posteriormente, foram abertas mais vagas, que, segundo a docente, destinavam-se a escolas do concelho e até da capital de distrito, onde foram colocados os docentes com menos anos de serviço.
“Eu só gostava de saber de onde é que vieram essas vagas. Porque é que não apuraram as vagas todas logo no início? Essa é a minha revolta”, questiona Eugénia Melo.
Colocada na escola primária de Castanheiro do Norte, no concelho de Carrazeda de Ansiães, a professora salienta que já não tem forças para percorrer 224 quilómetros por dia, realçando as condições da estrada e o estado do tempo no Inverno.
“Neste momento, os mais velhos vão para mais longe e têm mais trabalho. Eu só gostava de saber como é que me podem dar uma turma quando eu estou completamente desfeita. Estou arrasada psicologicamente”, soluça Eugénia Melo, acrescentando que está a viver uma situação dramática, que nunca imaginou que pudesse acontecer.

Docentes revoltados

Mas o caso desta docente não é isolado. Eugénia Melo pertence a um grupo de professores do 1º Ciclo do Quadro de Zona Pedagógico de Bragança, com mais de 25 anos de serviço, que ficaram colocados a mais de 100 quilómetros da sua residência.
“Eu não estou contra os colegas, mas é revoltante saber que há docentes com menos anos de serviço que ficaram cá na cidade”, enfatiza a professora.
Esta angústia é partilhada por Liseta Massa, professora do 1º Ciclo com 29 anos de serviço, que foi colocada na escola de Freixiel, no concelho de Vila Flor.
“Tenho 50 anos e estou ‘condenada’ a fazer cerca de 200 quilómetros por dia. Sinto-me injustiçada, porque se as vagas tivessem sido postas a concurso na totalidade, teria ficado mais perto de casa”, realçou a docente.
A situação torna-se mais dramática se tivermos em conta que os concursos realizados este ano são válidos para o próximo triénio.
“É impensável fazer este percurso durante três anos. No Inverno a viagem não se faz em menos de uma hora e meia e para alugar lá casa, tenho quer deixar cá a minha família…”, afirma Liseta Massa.
Eugénia Melo, por seu turno, assegura que, se os concursos tivessem decorrido de forma justa não estaria a reclamar um local mais perto de casa.

Lutar até ao fim

Agora, as docentes que se dizem lesadas com a forma como decorreram os concursos, já apresentaram um requerimento à Direcção Regional da Educação do Norte, onde pedem uma deslocação ou uma nova colocação, tendo em conta todas as vagas existentes no distrito de Bragança.
Os professores em causa garantem que vão levar a luta até ao fim, reivindicando aquilo a que têm direito.