Ter, 05/09/2006 - 15:35
Esta é uma das conclusões preliminares de um estudo que está a ser desenvolvido no Instituto Nacional de Saúde e de Investigação Médica de França que, juntamente com o Instituto de Vigilância Sanitária e a Universidade de Copenhaga, na Dinamarca, pôs em marcha um “Observatório da Fertilidade em França”.
Os primeiros resultados desta análise “confirmaram o efeito nocivo do tabaco na fertilidade”, uma situação já evidenciada por outras equipas europeias.
O projecto-piloto consistiu em seguir um grupo de 1200 mulheres dos 18 aos 44 anos e os seus companheiros. Sessenta e nove pessoas do sexo feminino que fizeram parte da amostra eram consideradas “em gravidez eminente”, ou seja que tentam ficar grávidas num determinado momento.
Após vários anos de análise, os investigadores concluíram que “o tempo necessário para obter uma gravidez era o dobro entre os casais fumadores”, fazendo a comparação com os casais em que a mulher não fumava no momento em que estava a tentar engravidar.
Segundo os investigadores, os efeitos do tabaco são reversíveis se as mulheres que pretendem engravidar deixarem de fumar. Os efeitos nocivos dos cigarros, contudo, também se manifestam nos homens, visto que o tabaco diminui a qualidade e a mobilidade dos espermatozóides.
Tabaco aumenta risco
de artrite reumatóide
A par do sistema reprodutivo, o consumo de tabaco também afecta o funcionamento de outras partes do corpo humano.
Um estudo divulgado, recentemente, pela revista “Annals of the Rheumatic Diseases”, revela que o consumo do tabaco aumenta o risco de artrite reumatóide em mulheres sem predisposição genética para a doença.
No estudo, realizado por cientistas da Divisão de Reumatologia da Universidade da Califórnia, participaram 115 mulheres que já tinham entrado na menopausa e que sofriam da doença e 466 sem a efeméride. A investigação incidiu sobre a idade em que tinham começado a fumar, quando tinham parado e quantos cigarros fumavam por dia.
Refira-se que a artrite reumatóide é uma doença inflamatória crónica, na qual o próprio sistema imunológico do paciente ataca o revestimento das articulações, sendo que o factor mais importante que desencadeia a doença é a interacção dos genes com o ambiente.
Perigo varia com idade
Segundo os investigadores, os resultados mostraram que o consumo de cigarros duplicava as possibilidades de desenvolver a artrite reumatóide nas mulheres que não tinham herdado o gene HLA-DRB1 SE, a predisposição genética da doença.
Entre as mulheres que tinham o factor genético, a exposição ao fumo do cigarro não estava relacionado com o aumento da doença.
De acordo com os cientistas que participaram no estudo, “este é mais um dos efeitos negativos do consumo do tabaco”.
Os autores ressalvaram, ainda, que o estudo apenas inclui mulheres brancas de idade avançada, pelo que não ficou provado que os mesmos efeitos se verifiquem em outros grupos etários e comunidades étnicas diferentes.