Ter, 22/11/2005 - 16:03
Este desafio foi lançado pelo presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), Ludgero Marques, durante as comemorações do Dia do Engenheiro, que decorreram, no passado sábado, em Bragança.
Na óptica do responsável, o “escalonamento de saberes” nos quadros das empresas é fundamental para o aumento da competitividade empresarial e, consequentemente, para a expansão da economia portuguesa.
A distinção entre quadros técnicos e quadros de engenheiros qualificados é a solução apresentada por Ludgero Marques, que garante que “o sucesso dos engenheiros depende da inovação empresarial ao nível dos recursos humanos”.
A adequação do modelo de formação no sistema de ensino português às necessidades das empresas é outra das prioridades apontadas pelo presidente da AEP. “Os Politécnicos não estão a formar técnicos intermédios, mas sim novos licenciados que nem são bons técnicos nem bons engenheiros”, acrescentou o responsável.
Modelo de ensino reorganizado
Esta realidade é vincada pelo bastonário da Ordem dos Engenheiros, Fernando Santo, que afirma a importância de contrariar a realidade que se está a verificar no ensino superior. “Aposta-se, cada vez mais, na criação de novos cursos sem se ter em conta a qualidade da formação”, acrescentou Fernando Santo.
Para contrariar este problema, a Ordem dos Engenheiros reconhece, apenas, 100 cursos de engenharia entre os cerca de 320 ministrados nos estabelecimentos de ensino superior de todo o País.
Segundo o presidente do Conselho Directivo da Região Norte, Geraldo Menezes, a Ordem não reconhece nenhum curso de Engenharia no Instituto Politécnico de Bragança, uma situação que, muitas vezes, contribui para a “frustração dos recém-formados e das próprias famílias”.
Os representantes dos engenheiros salientaram, ainda, que a desvalorização do título de engenheiro é o principal problema com que os profissionais neste ramo se deparam, pelo que reclamam mais qualificação profissional, aliada a uma legislação que defenda a profissão.
Esta foi a primeira vez que os engenheiros se reuniram no Nordeste Transmontano, numa cerimónia que contou com a presença de figuras emblemáticas do mundo empresarial, nomeadamente o presidente do grupo SONAE, Belmiro de Azevedo, que foi um dos engenheiros distinguidos pela Ordem.