Ter, 07/12/2021 - 09:19
Estamos no último mês do ano, já cheira a Natal. As ruas estão iluminadas e muitas casas já estão decoradas com a árvore e o presépio. As montras já vendem o Natal. Decorre o advento, sendo tempo de preparação, alegria e de expectativa, em que os fiéis esperam o nascimento de Jesus.
Ainda não chegaram as temperaturas negativas, mas está prevista chuva nos próximos dias. O povo diz “que não há Dezembro valente que não trema”; “em Dezembro treme o frio em cada membro”; “Dezembro molhado, Janeiro geado”; “em Dezembro, ande o frio por onde andar; pelo Natal há-de chegar”.
No dia um de Dezembro, dia da restauração da independência, o tio Belmiro dos Santos, de Grijó de Parada, Bragança, recordou que na sua terra, em 1973, fez-se o auto da restauração, em que participou toda a povoação com trajes da época.
Agora é a faina da apanha da azeitona, o que faz com que a gente continue no ginásio, agora dos olivais.
Nos últimos dias estiveram de parabéns: Manuel Borges (95) e o seu filho do mesmo nome que nasceu no mesmo dia (62) Lamas de Orelhão (Mirandela); Alfredo Ferreira (92) Canaveses (Valpaços); Umblina Medeiros (84) Sanjosenda (Valpaços); José Alfaiate (80) Santulhão (Vimioso); José Agostinho (80) São Martinho (Miranda do Douro); Aldina Alves (79) Couços (Mirandela); Augusta Fernandes (79) Genísio (Miranda do Douro); Florentino Morais (71) Espinhoso (Vinhais); Jaquelina Pastor (71) Pinela (Bragança); António João Pires (67) Sortes (Bragança); Maria de Lurdes Pires (65) Mós de Celas (Vinhais); Eurico Oliveira (59) Bragança; Natália Romão Silva (51) Caravela (Bragança); José Rodrigues (50) Parada (Bragança) emigrado em França ;Maria Pilão (48) Bragança; António Assares (47) Gimonde (Bragança); Adriana Geraldes (46) Parada (Bragança); Arnaldo Morais (45) Vila Nova de Monforte (Chaves); Claúdia Cabral (42) Bragança; Paula Silva (42) Martim (Murça); Fátima Braga (32) Vinhais; Rafael Rocha (21) Samil (Bragança). A todos muitos parabéns nesta data querida e muitos anos de vida!
José Mendes Afonso nasceu em 1962, em Huelva, Espanha. Viveu no Alentejo e em Lisboa e há 45 anos radicou-se em Bragança.
Viveu sempre sozinho, diz não ter família. O artesanato tem sido a maior das suas paixões, primeiro a fazer pequenas peças em madeira, mas cedo deixou este material, pois sentia que a madeira requer tratamentos especiais e não pode apanhar água depois de trabalhada.
Decidiu então procurar uma alternativa e descobriu na zona de Samil, Bragança, a pedra molar ou pedra sabão, bastante macia, que esculpe com as mesmas ferramentas que usava na madeira.
As suas obras podem ser vistas na Praça da Sé, em Bragança, onde tem uma banca desde os meados de Outubro até ao final do ano, que usa também para vender castanhas.
Quando lhe perguntei que tipo de obras fazia, ele respondeu: - “Faço tudo o que me vem à cabeça. O que mais faço, são presépios e o Santo António, mas também faço castelos. Já fiz o de Bragança e vendi-o logo, foi a obra que me deu mais prazer e mais rendimento. Faço de tudo um pouco, desde aviões, motas, imagens de Nª Senhora, animais, etc.
Hoje já vendi um presépio e um Santo António, nada mal.
Demoro em média 4 a 5 horas a fazer um presépio pequeno e 8 a 10 horas um dos maiores.
O utensílio que mais uso é a faca da poda, mas também uso serras, grosas, limas e lixa. Agarro numa pedra, por exemplo, serro-a ao meio, e de um lado faço a Nossa Senhora e de outro o São José. E assim vou fazendo várias peças. Quando olho para uma pedra, vejo logo o que posso fazer com ela, já tenho essa obrigação, não a trabalhasse eu há mais de 30 anos”.
Desde criança que conheço o José Mendes, mas nunca tinha reparado nos seus trabalhos. Foi boa a pequena conversa que tivemos na Praça da Sé. Soube que ouve o nosso programa, mas não é participante. A terminar, disse-nos, por entre alguns risos, que viveu sempre sozinho, porque mais vale só que mal acompanhado.