Um mundo maior do que imaginamos

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Não me apetece ir pesquisar à Internet para vos explicar direito uma coisa de que me lembrei agora. A Teoria das Cordas, que, num resumo muito resumido e sem grandes precisão, acrescenta mais mundo ao nosso mundo, com mais dimensões e coisas assim. Isto entra ali algures no domínio da Física Quântica, que teima em dividir ainda mais as coisas pequenas e afirma que, é verdade, há muito mais para além daquilo que, de alguma maneira, conseguimos ver. Desculpem, caros leitores. Sou da área das Letras e acho que acabei de explicar o pouco que sei de forma demasiado lírica. Por isso, a conter incorrecções, encarem como poesia prosaica, uma definição abstracta da vida.  Isto para dizer que, se calhar, andamos a ver o mundo com palas. Provavelmente é isto o que acontece. Só que, como achamos sempre que nada nos escapa, lá ficamos, enganadinhos mas felizes, com a ideia que o mundo é só o que está à nossa frente.  Estamos a falar de um campo espiritual? Também, se quiserem. Mas, não era esse o objectivo. O que na verdade queria dizer é que podem acontecer coisas fantásticas todos os dias, a todas as horas. Só que, como não vemos o mundo todo, esses detalhes fogem-nos. Falando em mundo, sem fugir ao tema, mas de outro ângulo, a acreditar nas teorias (há teorias para tudo. Eu própria tenho várias), haverá a possibilidade de existirem mundos paralelos, onde nós também estamos. Uma versão de nós, estilo gémeo, sei lá. E nesses outros locais, temos experiências que aqui, neste «plano» escolhemos não ter. Se calhar foi confuso, mas está ligado, algures, à dita Quântica. Bom, então, quer dizer que temos a oportunidade de viver noutras realidades com o contrário das nossas decisões na, chamemos-lhe, vida real. Se escolhemos dizer «sim», algures saberemos como seria se tivéssemos dito «não». Isto não me conforta. Não poder ver o mundo todo, não o percepcionar totalmente e sabê-lo tão grande que só nos resta que seja partido. Porque simplesmente é tudo demasiado grande e complexo para ser absorvido num trago. E é angustiante viver com a clara noção que algo, em algum momento, me vai passar completamente ao lado. Porque, é assim mesmo, o mundo é tão complexo.  No outro dia, sentada nas muralhas de um castelo, a pensar, claro está, na vida, uma senhora cantava Rui Veloso, a plenos pulmões. Como que se estivesse num mundo à parte. “Mesmo sabendo que não gostavas... “. Talvez numa outra realidade estivesse a cantar death metal. Talvez outra fosse eu que estivesse a cantar. Talvez numa outra hipótese, nem existisse música, de todo.  Talvez o que nos reste seja viver e testar a realidade que temos, da melhor forma possível.

Tânia Rei