Os problemas em Portugal sucedem-se, ininterruptamente. Todos os dias aparecem mais uns tantos, em todos os domínios. O que só prova que o regime político vigente é permissivo, que o Estado está contaminado e que a classe política é conivente. O que só se compreende com o facto do regime político vigente comportar graves disformidades democráticas que tardam em ser corrigidas. Culpa da classe política que não é capaz de se congraçar para fazer as reformas indispensáveis, mas que cada vez mais desprestigia a democracia e prejudica a Nação. Classe política que nas autodenominadas Universidades de Verão não ensina aos jovens militantes ética, civismo e as melhores formas de servir a Nação, mas trata da alta intriga política e da conquista de tachos e mordomias. Culpa do presidente Marcelo que é o grande animador da festa, se diverte e diverte muito boa gente, e que até se dá ao luxo de, de quando em vez, oferecer lautos lanches políticos aos conselheiros de Estado. Embora a culpa maior caia por inteiro no primeiro ministro António Costa que põe os boys à frente do carro, o que dá no que se vê: um Governo que é uma fonte de asnei- ras e de trapalhadas. António Costa que, nestes já longos anos que leva de reinado não foi ainda capaz de apresentar um projecto digno para Portugal e muito menos mostrou vontade de promover as reformas que se impõem. Governo que não sabe prever e muito menos prevenir seja que mal for e depois se apressa a correr atrás do prejuízo e a remediar o que já não tem remedio. Atira milhões ao ar sem que tenha um estudo, um plano prévio credível, uma recta intenção sequer. Claro que muitos milhões não passam do papel, como se sabe, e outros levam descaminho. É o que se vê na TAP, no Serviço Nacional de Saúde, no Ensino, nas Forças Armadas e por aí adiante. Foi o que se viu com a cartinha que o primeiro ministro António Costa entendeu escrever a Bru- xelas a pedir meios, mundos e fundos para resolver a crise da habitação e que mereceu a resposta que em bom português se deve traduzir por: “Agarra na pá, no martelo, na régua, no compasso e no esquadro, e mete mãos à obra, que massa já aí tens com fartura”. Governo que prioritariamente deveria empenhar-se, se para tanto tivesse saber e competência, a ga- rantir empregos adequados, salários e condições de vida justos e dignos a todos os portugueses, garantindo os rendimentos necessários e suficientes para libertar as famílias doutras espúrias dependências. Mas não. Opta por, demagogicamente, atirar punhados de amendoins àqueles que toma por macacos: passes, propinas, cheques disto e daquilo, que não resolvem coisa nenhuma e só iludem os incautos. Só assim se compreende que Portugal continue adiado.