PUB.

Cidadão Jorge Nunes

PUB.

Nos anos de 1996 e 1997, escrevi neste jornal vários artigos, indignados artigos contra a clamorosa degradação do secular burgo brigantino a quem jornalistas, homens de letras e pessoas com Mundo acoimavam depreciativamente a Brandoa do Norte. Cansado das acídulas piadas dos saudosos Afonso Praça e Rogério Rodrigues, no fim de um almoço ocorrido em Santarém, cheguei à fala com o médico Telmo Moreno, dirigente capitular do PSD, a quem manifestei disponibilidade para integrar a lista candidata à Assembleia Municipal nas próximas eleições do quadriénio 1998/2002. Os socialistas atascados em disformidades volumétricas, disfuncionalidades e inércia perderam, fui eleito, dias depois conheci o novel Presidente da Câmara, o Engenheiro Civil António Jorge Nunes. Não tardei, a observar a sua sagaz prudência na apresentação das medidas e propostas que entendia serem ingentes para eliminar monstruosidades e aleijões a fazerem jus à classificação de Brandoa do Norte, também no que tange a equipamentos científicos, culturais e sociais. E, a Autarquia estava exaurida, como se diz na gíria não tinha dinheiro para mandar o cego rabequista tocar dolente ária das czardas de Monti Ao longo dos meses o seu entusiasmo empreendedor, o seu apurado sentido a aproveitamento das oportunidades sejam políticas, económicas, ou sociais a favor da sua Região, cidade, vilas e aldeias, naturalmente, guindaram-no a um elevado grau de confiança no seio das populações a desencadear invejas (nunca o invejoso medrou…) por um lado, ressabiamentos partidários (cristão-novo !) por outro e amplo aplauso geral expresso nas sucessivas reeleições até à finitude da observância da lei. O autarca passara à categoria de Homem do Norte quando ele é Homem transmontano. Após passagem pela (CCDRN) não correu a ocupar lugar no banco do ócio, da cogitação relativa aos esquecimentos de inúmeros manteigueiros para lá dos ensebados videirinhos trinetos da famosa Viradeira. Sem surpresa para quem lhe conhece o animo já pode apreciar o seu labor à frente da Delegação bragançana da Cruz Vermelha e, por isso, só pode considerar natural, justa e perfeita a condecoração outorgada pelo Presidente da República do grau de Comendador da Ordem do Infante no passado dia 23 de Junho. O meu júbilo expressa-se na presente crónica (ele irá justificar outras), na senda dos Homens bons que Alexandre Herculano referiu nos seus trabalhos acerca do Municipalismo, Jorge Nunes enfileira a seu lado para gáudio de quem lhe aplaude a têmpera.

Armando Fernandes