Via Verde do AVC implementada em Bragança

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Ter, 27/01/2009 - 10:01


A Unidade Hospitalar de Bragança (UHB) implementou a Via Verde do Acidente Vascular Cerebral (AVC), um serviço que permite uma resposta mais rápida aos utentes, bem como a adopção de terapêuticas que diminuem as sequelas da doença.

A Via Verde está a funcionar desde o passado dia 19 e envolve um vasto leque de profissionais de saúde, desde médicos, enfermeiros, técnicos de Laboratório e Imagiologia, administrativos e pessoal auxiliar, que tiveram formação antes de abraçarem este novo projecto.
Este serviço engloba a vertente extra-hospitalar, da responsabilidade do INEM, e a vertente intra-hospitalar, a funcionar na Urgência Médico- Cirúrgica de Bragança. “Agora, sempre que haja suspeita de AVC, os utentes são logo transportados para a UHB”, salientou o director Clínico do Centro Hospitalar do Nordeste (CHNE), Sampaio da Veiga.
O objectivo é considerar todos os utentes com AVC emergentes, o que até agora não acontecia. Além disso, caso se enquadrem nos protocolos clínicos previamente estabelecidos, podem usufruir do tratamento fibrinolítico, que previne as sequelas causadas pela doença.
Por isso, a directora do serviço de urgência da UHB, Eugénia Parreira, realça que é fundamental as pessoas accionarem o 112 logo que surjam os primeiros sintomas. “No caso de se tratar de um AVC esquémico, o tratamento pode ser feito nas primeiras 3 horas”, alerta a responsável.

Via Verde permite que os utentes com AVC sejam tratados no tempo máximo de 50 minutos

No entanto, este tratamento não abrange todos os utentes com AVC. A idade (acima dos 80 anos), bem como patologias antecedentes que possam causar contra-indicação são impeditivas para avançar com a fibrinólise.
“Mesmo que os utentes não sejam candidatos a este tratamento, porque caso fossem submetidos a ele poderíamos piorar o seu estado clínico, com a Via Verde todos são atendimentos mais rapidamente e isso significa que vão começar a recuperação numa fase inicial da doença”, esclarece Sampaio da Veiga.
No que toca ao tempo, Eugénia Parreira realça que a UHB tem conseguido dar resposta às situações de AVC no tempo máximo de 50 minutos, sendo o tempo protocolado de 60 minutos. “Desde que o utente entra na Urgência até que estão prontos todos os exames para se poder iniciar o tratamento, que é o denominado tempo porta-agulha, são levados, apenas, 50 minutos”, acrescenta a responsável.
Na óptica de Eugénia Parreira, a Via Verde do AVC pode contribuir para salvar mais vidas e, acima de tudo, para diminuir a morbilidade causada pela doença, que afecta a qualidade de vida das pessoas.
Recorde-se que no distrito de Bragança têm-se registado 500 novos casos de AVC por ano. Destes, apenas entre 4 a 5 por cento são candidatos ao tratamento fibrinolítico.