Ter, 15/11/2022 - 12:24
O aumento, sendo que ainda não é completamente certo que aconteça, deve-se a encargos com a estação elevatória. Os encargos, que não são de agora, eram, até aqui, suportados pela Direcção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR) e que agora está a exigir que passem a ser custeados pela Associação de Beneficiários de Macedo de Cavaleiros, a responsável pela gestão do aproveitamento hidroagrícola do concelho. Em desacordo com a situação, a direcção apresentou da associação decidiu demitir- -se. Hélder Fernandes, que estava, desde 2009, à frente da Associação de Beneficiários de Macedo de Cavaleiros, admite que a DGADR lhes comunicou esta decisão, numa reunião em Lisboa, mas entende que estas “alterações” são “muito gravosas” para a associação e para os regantes. Segundo esclareceu ainda Hélder Fernandes, que não considera que haja condições para assumir os encargos nem as responsabilidades que daí advêm, que são, sobretudo, questões relacionadas com a estação elevatória, a situação seria “muito penosa” para o “orçamento” da entidade que até aqui presidiu. “Isto teria custos extraordinariamente elevados para os regantes. Talvez fosse necessário um orçamento a rondar quase o triplo do valor atual”, afirmou o presidente demissionário. De salientar que o orçamento actual da associação é de 110 mil euros, pelo que seriam então necessários mais de 330 mil euros para se conseguirem efectivar estas alterações à adenda do contrato de concessão em vigor. Caso o orçamento não cresça, o dinheiro terá que sair do próprio bolso dos mais de mil regantes. Os encargos que a Direcção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural entregou à Associação de Beneficiários de Macedo de Cavaleiros passam pelo pagamento da energia, reparações e manutenção da estação elevatória. Só esta despesa traduz-se em 130 mil euros. A este valor somam-se 20 mil euros já que a alteração à adenta do contrato implica também o pagamento de mais encargos com as viaturas da associação. Contas feitas, Hélder Fernandes, a título de exemplo, diz que se a rega anual de um quintal for de 40 euros, agora pode passar para os 120. “Temos aqui um problema grave que tem a ver com problemas de tesouraria. Temos a certeza de que as despesas não vão descer e isso criaria problemas de tesouraria à associação e a quem estiver”, esclareceu, assumindo que os gastos estão certos mas a entrada de dinheiro deixará de o estar porque não se sabe quantos agricultores aceitarão pagar o triplo pela água. Além da associação, também os regantes e a própria câmara estão contra esta alteração à adenda do contrato. Os agricultores, depois de uma assembleia extraordinária, por unanimidade, rejeitaram a proposta, sendo que agora a posição será comunicada à DGADR. Já a câmara pediu uma reunião com a Direcção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural. A ideia passa por se conseguir encontrar uma solução, pois Benjamim Rodrigues, presidente da câmara, acredita que muitos agricultores possam, com isto, abandonar a actividade. “O nosso papel é de mediadores para conseguir que haja concertação, com esta ou com uma nova direção, defendendo o dossier que está em cima da mesa, para que possamos continuar com a associação equilibrada”, sublinhou. Esta reunião solicitada pela câmara acontece esta quinta- -feira. Já as eleições para a nova direcção da associação estão marcadas para dia 26 de Novembro.