Ter, 27/08/2024 - 11:23
Foram colocados mil alunos no Instituto Politécnico de Bragança na primeira fase de acesso ao ensino superior. São menos 100, em comparação ao ano passado. As colocações foram divulgadas no sábado. Este ano, 58 mil estudantes candidataram-se à primeira fase de acesso ao ensino superior, mas apenas 49 963 conseguiram colocação. Para o presidente do IPB, a diminuição do número de colocados nesta instituição deve-se à “diminuição do número de candidatos no acesso ao ensino superior” e ao “aumento de vagas, em particular nas instituições do Litoral”. “As instituições do Interior colocaram menos alunos, nesta fase, devido à conjugação destes dois factores. De qualquer forma, o Instituto Politécnico de Bragança continua a ser uma das instituições do sistema politécnico que mais alunos coloca no concurso nacional de acesso”, apontou Orlando Rodrigues. No entanto, lamenta que as instituições do ensino superior do Litoral continuem a ser as mais procuradas, salientando que é um “problema de percepções” e nada tem a ver com a qualidade do ensino. “O último Governo criou uma política de flexibilização do regime dos Clausus e portanto nós estando num dos clausus naturalmente que os estudantes tendem a concentrar-se nas instituições do Litoral. O prejuízo que isso acarreta em termos de custo para o país e, como sabemos, não é questão de qualidade de ensino. O IPB em todos os indicadores de qualidade parece sempre em posições destacadas, mesmo a nível internacional”, frisou. Orlando Rodrigues criticou ainda a falta de investimento em instituições do Interior, uma vez que o politécnico de Bragança era das mais “subfinanciadas” do país, além de precisar de financiamento para aumentar as infra-estruturas, que estão “lotadas”. Considera também que deve ser repensado o método do concurso nacional de acesso ao ensino superior. “Temos prevista para o próximo ano uma política ainda mais restritiva relativamente ao acesos ao ensino superior, limitando o acesso. Não temos um problema de excesso de alunos no ensino superior, pelo contrário, face aos indicadores dos países mais desenvolvidos. Nós colocámos agora cerca de 50 mil alunos, mas o problema é que ficaram muitos mais de fora, porque não tiveram sucesso nos exames. No resto dos países europeus não é assim, não temos estas políticas tão restritivas e baseadas nos exames. É uma questão para a qual temos de olhar”, defendeu. Marketing, Solicitadoria, Línguas Estrangeiras: Inglês e Espanhol, Línguas para Relações Internacionais, Educação Básica, Arte e Design, Animação e Produção Artística, Enfermagem, Fisioterapia e Gestão foram os cursos que ficaram com todas as vagas preenchidas. Por outro lado, Engenharia Agronómica, Engenharia Alimentar, Engenharia do Ambiente, Engenharia Zootécnica, Enologia, Informática e Comunicações, Engenharia e Gestão Industrial, Engenharia Química e Engenharia de Energias Renováveis ficaram sem qualquer colocado. Segundo Orlando Rodrigues tem sido “sempre assim nos últimos anos”, o que é um “problema” para o país, porque está a formar “menos engenheiros”, mas para a instituição as vagas acabam por ser preenchidas através de outros concursos, como os internacionais. O curso de Fisioterapia foi o que teve a nota mais alta do último colocado, com 15,3. As 24 vagas foram totalmente preenchidas. O segundo curso com nota mais alta foi Engenharia Civil, com 14,4, no entanto apenas duas das 30 vagas foram preenchidas. O IPB disponibilizou 1965 vagas para o concurso de acesso ao ensino superior, das quais mil ficaram ocupadas na primeira fase. Dos quase 50 mil colocados, em todo o país, este ano, 20 mil escolheram ensino politécnico. Um aumento de 1% face ao ano anterior.