MOGADOURO critica água

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Ter, 07/06/2005 - 14:28


O concelho de Mogadouro é um dos três do País onde a qualidade da água é mais preocupante.

O resultado saiu de um inquérito electrónico realizado pela Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) acerca da qualidade e quantidade da água existente nos concelhos do País.
Para saber a opinião dos mogadourenses sobre esta matéria, o Jornal NORDESTE foi para a rua e constatou que o sabor da água que corre nas torneiras não agrada à maioria da população. Na base do problema poderá estar o sistema utilizado no tratamento da água.
“Eu não consigo beber a água da rede pública. Não sei porquê, mas faz-me mal ao estômago, pelo que prefiro comprá-la no supermercado ou ir busca-la ao chafariz”, lamenta Aida Fernandes, uma habitante da zona histórica de Mogadouro.
Na vila também há moradores que reconhecem qualidade à água, mas que não a consomem. “O cheiro a lixívia ou cloro é que me incomoda e isso é que faz com que eu vá à fonte”, revelou José Preto, outro habitante da vila.
Dadas as circunstâncias, muita da população de Mogadouro prefere abastecer-se na chamada Fonte da Vila ou numa bica da vizinha aldeia de Zava, por entenderem que “tem melhor sabor”.
No que toca à qualidade da água propriamente dita, o Jornal NORDESTE apurou, junto de fonte da Delegação de Saúde, que são feitas análises periódicas a chafarizes e bicas do concelho. Nestes locais, o sabor do líquido é mais agradável, mas a situação é bem diferente. “A água, muita das vezes, está imprópria para consumo”, revelou a mesma fonte, acrescentando que as populações são avisadas de imediato.

Autarquia desdramatiza

Conhecidos os resultados do inquérito realizado pela ANMP, a autarquia local garante que cerca de 90 por cento da população do concelho é abastecida com água em quantidade e qualidade, baseando-se em análises periódicas feitas por laboratórios independentes.
Segundo o vereador da Câmara Municipal de Mogadouro, António Pimentel, “só oito a nove por cento da a população recebe água a partir de pequenas captações, onde o controle de qualidade é, igualmente, feito semanalmente”.
Por isso, a questão da falta de qualidade limita-se, na opinião do vereador, “a dois os três pontos já identificados e que serão resolvidos”.
Em relação às localidades servidas por furos artesianos, a qualidade baixa consoante a quantidade de água no subsolo, situação que se agrava devido à seca. “Num concelho com 56 aldeias, há menos de uma dezena servidas por estas captações”, garantiu o António Pimentel.
Recorde-se que, além do inquérito da ANMP, as carências do concelho de Mogadouro constam do relatório da Comissão de Acompanhamento da Seca, que coloca o município no leque dos três municípios onde a situação é mais preocupante.