Ter, 11/10/2005 - 15:29
Esta exposição, intitulada “Mestres tecelões: Uma identidade desconhecida”, insere-se no âmbito do projecto “Territórios Ibéricos” e pretende mostrar a transição entre a tradição e a modernidade que se está a verificar nos dois países.
Toalhas, colchas, naperons, capas de honra, entre outras peças de vestuário e acessórios, que marcam a identidade do povo do Nordeste Transmontano e das gentes da região de Castela e Leão, vão estar expostas em Bragança até ao final do mês e, posteriormente, vão seguir para a cidade de Zamora, em Espanha.
Segundo a delegada regional da Cultura do Norte, Helena Gil, esta mostra é uma forma de “dar um fôlego diferente a uma tradição artesanal e semi-industrial, que é característica da zona do Nordeste. A lã e a seda são duas matérias-primas que estão bem marcadas nesta exposição e caracterizam a identidade do povo transmontano”.
Caretos enaltecem tradição
Apesar das confecções nestes materiais se estarem a perder no tempo, em Freixo de Espada à Cinta a tradição de trabalhar a seda está a ser revitalizada. Já em Miranda do Douro, os materiais tradicionais estão a ser usados em novas aplicações, para se revitalizar a riqueza da região.
Do lado espanhol, as tradições já se encontravam numa fase avançada de esquecimento, pelo que a região de Castela e Leão tem apostado na investigação e na formação de artesãos, para adaptarem as técnicas tradicionais às confecções modernas.
Dado que no Nordeste Transmontano não existem museus que reúnam todas as peças de tecelagem características da região, algumas peças foram cedidas pelo Museu do Traje, em Lisboa, e por alguns particulares.
A abertura desta mostra contou, ainda, com o desfile dos Caretos de Podence, no concelho de Macedo de Cavaleiros, e dos carochos de Aliste, em Espanha.
No âmbito do projecto “Territórios Ibéricos”, que vai ser alargado por mais dois anos através duma nova candidatura ao programa Interreg II A, também estão a ser desenvolvidas acções nas áreas do teatro, música, literatura e artesanato.