I Congresso de Enfermagem de Medicina Interna da ULS do Nordeste com mais de 500 participantes

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Ter, 07/11/2023 - 11:11


Acidentes Vasculares Cerebrais e hospitalização domiciliária foram dois dos temas em destaque no congresso, que aconteceu, ao longo de dois dias, no Teatro Municipal de Bragança, com 533 pessoas inscritas

O número de camas na Unidade de AVC da Unidade Local de Saúde do Nordeste não é suficiente para dar resposta às necessidades do distrito mas “já se melhorou”, segundo o coordenador da mesma. Sendo esta a principal causa de morte em Portugal, o ideal era que quem sofre um AVC passasse por uma destas unidades mas, no distrito, o número de vagas “não chega”. Segundo Jorge Poço, a unidade, que se localiza em Macedo de Cavaleiros, tinha 8 camas mas “já tem 9”. Quanto a criar mais vagas… seria possível, caso houvesse espaço físico “mas não adianta só aumentar camas, é preciso haver profissionais de saúde”. Ou seja, de pouco serve que isto aconteça se depois não há “cuidados adequados”. “Se não os há, depois, é só mais uma unidade como outra qualquer”, explicou o coordenador. Na região há cerca de 400 acidentes vasculares cerebrais (AVC) por ano, sendo que a taxa de mortalidade, que se situa nos 15%, “tem vindo a diminuir”, nos últimos tempos. Um dos grandes factores de risco é a idade e, estando num território extremamente envelhecido, a média de AVC’s, por ano, é grande, e uma das boas formas de inverter o cenário é mudar alguns hábitos, nomeadamente alimentares, deixando o sal mais de parte. Este foi um dos temas abordados no I Congresso de Enfermagem de Medicina Interna da ULS do Nordeste, que decorreu sexta-feira e sábado, no Teatro Municipal de Bragança. A hospitalização domiciliária também esteve em destaque. No território, esta valência, que permite que as pessoas possam estar hospitalizadas em casa, se a doença que tenham a tratar o possibilitar, foi lançada a meio de 2019, mas só abrange o concelho de Bragança. E não é todo. O número de doentes que se pode ter em simultâneo são cinco e a ideia era que a resposta crescesse e abrangesse outras áreas. “Penso que alargar o número de camas e área de influência é um projecto que está na mente de todos os intervenientes no processo. Há uma série de utentes que, por estarem de fora do raio de abrangência, que é de 20 quilómetros, a partir da cidade, não podem ser candidatos. Temos que criar condições e duplicar a capacidade”, esclareceu o coordenador de enfermagem da unidade de hospitalização domiciliária da ULS do Nordeste, Norberto Silva, que avançou que, em média, por ano, são tratadas 120 pessoas, neste território, em suas casas. Muitas vezes os enfermeiros saem do distrito para participar em congressos e formações e, por isso, decidiu fazer-se este em Bragança. Luísa Rodrigues, da organização, disse acreditar que “é uma probabilidade muito grande” que outros serviços, dos hospitais de Macedo e de Mirandela, peguem na iniciativa. Rematou ainda que o de Medicina Interna deverá ter mais edições. Este I Congresso de Enfermagem de Medicina Interna da ULS do Nordeste contou com 533 inscritos, maioritariamente da região, mas também do Porto e do Algarve.

Jornalista: 
Carina Alves