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Empresários com cada vez mais dificuldades em arranjar mão-de-obra qualificada queixam-se de pessoas estarem dependentes dos subsídios

Qua, 04/01/2023 - 11:50


Os empresários não se queixam apenas da falta de mão-de-obra qualificada, mas também de não haver pessoas dispostas para trabalhar nos sectores. As razões? A falta de formação na região, a subsidiodependência e o estrangeiro como melhor opção.

OS TRÊS “R” E OUTROS TRIOS 1 – TRÊS “M”

Recentemente fui convidado a elaborar uma comunicação sobre o processo de valorização ambiental da Terra Quente, a propósito da passagem de 25 anos da inauguração do Aterro Sanitário que aconteceu em setembro de 1997. De- veria ser apresentada numa sessão a realizar para celebração da data do evento.
Por razões que desconheço, na totalidade, tal celebração não se realizou.

Arredado há muitos anos da gestão dos resíduos, no nordeste, a minha interven- ção, para não me envergo- nhar, teria de ter um pendor histórico. E, assim sendo, para começar do início, teria de re- montar a 1993, altura em que me iniciei nessa atividade. Verifiquei que se cumprem agora, em 2023, três décadas e que foi nessa altura que sur- giu com particular importân- cia para o projeto que abraçava a política dos três “R” – Reduzir, Reutilizar e Reci- clar. De repente vi que havia, nesse processo, vários grupos de três palavras-chave com as mesmas iniciais. Pareceu-me ser de interesse, passados que são trinta anos, revisitar esses tempos, trazer para a luz do dia, episódios desconhecidos e revelar situações menos conhecidas e até, porque não, desfazer alguns equívocos e mitos criados à volta de uma instalação que, sabendo-se importante, à data, não se adivinhava a relevância que viria a assumir por ter sido o único aterro concluído, no distrito de Bragança, dos três então anunciados.

O primeiro trio é de palavras começadas por “M”: Mirandela, Moncorvo e Macedo.
José Gama, o autarca modelo de então, ganha- ra, surpreendentemente, o município mirandelense e propunha-se fazer da “prin- cesa do Tua” um jardim. Ob- tivera financiamento europeu para a ponte-açude, revolucionara a zona entre pontes com a construção do Parque do Império e a urbanização da antiga zona da feira, junto à Senhora do Amparo, cons- truíra o Parque de Campis- mo da Maravilha e iniciara a revitalização do espaço que, futuramente, haveria de ter o seu nome. Nas rotundas e ou- tros espaços públicos trans- plantara oliveiras e mandara plantar rosas. Alindara a cida- de, em toda a zona ocidental,
porém... a nascente, uma li- xeira a céu aberto, era o pior dos cartões de visita de quem chegava vindo de Vila-Flor ou Alfândega, impedia o cresci- mento para leste e empesta- va toda a zona da Reginorde,
sempre, mas muito especial- mente nos dias em que o ca- racterístico “capacete” de ne- voeiro aprisionava os fumos e cheiros libertados, cons- tantemente, pela combustão dos resíduos ali depositados. A minha entrada para a Asso- ciação de Municípios da Terra Quente Transmontana a que o edil mirandelense presidia, tinha como desafio primeiro, libertar Mirandela (e a região) deste cancro ambiental.Em Moncorvo, Aires Ferreira que disputava, a Gama, o título de melhor autarca re- gional, estava no final do seu segundo mandato e depara- va-se com um problema idên- tico que sendo, embora, de impacto inferior causticava os moncorvenses que subiam para a Terra do Ferro, vindos do IP2 junto do cruzamento da Foz do Sabor ou quando o vento empurrava fumos e cheiros para o centro da vila. Associar Moncorvo, onde eu, nesse ano, concorria contra o autarca pela disputa da Câ- mara, era um objetivo políti- co, mais do que técnico. Por óbvia razão política, foi rejei- tada a minha proposta. Apesar da mancha ambiental no centro da REN, na serra de Bornes, a lixeira de Mace- do não tinha os incómodos das duas anteriores. Contudo o aspirante Luís Vaz fez da inclusão do município ma- cedense, na Associação, para resolver, precisamente, os problemas de recolha e trata- mento de resíduos, o mote da sua campanha eleitoral que o haveria de levar ao poder, em dezembro desse ano de 1993.

Se a si lhe perguntassem se gostaria que o matassem que responderia?

A recente discussão e aprovação da lei que legaliza e regulamenta a eutanásia provocou em muitos portugueses, por certo, uma reflexão silenciosa e angustiada.
Lamentando, veementemente, que não tenham sido tidos nem achados sobre matéria de importância capital porquanto tem a ver com a vida e a morte e com tudo de mais sagrado em que acreditam.
Tudo se confinou, porém, aos corredores e gabinetes fechados do palácio de São Bento como é timbre das democracias de fachada, em que a público apenas vêm, por norma, os espectáculos, ora tristes ora divertidos a que os deputados se prestam perante as televisões, na sala de audiências que também é designada por hemiciclo, porquanto se trata de um espaço semicircular e não de volta completa, dado que falta lá o povo.
Para lá de que é por demais conhecida a seriedade e a competência da maioria dos actuais deputados, formados na subserviência política, social e mental dos partidos que os ataviam.
A triste realidade, porém, por muito que a muitos portugueses custe, é que a lei da eutanásia foi aprovada nas suas costas, competindo agora o remate final ao mais alto magistrado desta democracia de fachada, que o irá dar por entre milhares de selfies risonhos e divertidos, como é óbvio.
Claro que a eutanásia não é uma questão nova porquanto foi praticada por diversos povos ao longo da História, sem lei nem piedade, como era o caso dos celtas em que os filhos matavam os pais quando estes começavam a apresentar sinais de envelhecimento ou enfermidade.
Ou no caso da Índia em que era costume levar os enfermos para as margens do rio Ganges e tapar-lhes a boca e as narinas com a lama que consideravam o “barro sagrado”.
Felizmente, no conceito moderno, a Eutanásia está circunscrita ao acto de facultar aos pacientes uma morte tanto quanto possível indolor, libertando-os das dores provocadas por doença incurável ou particularmente dolorosa.
Acto que em qualquer caso não deixa de levantar problemas complexos de natureza religiosa, filosófica, política e pratica, que envolvem não apenas os pacientes mas também aqueles que são constrangidos a praticá-la.
Ainda que no âmbito do denominado suicido voluntario, se é que algum suicídio o não é, possa ser operada mediante o fornecimento dos meios requeridos ao paciente, a seu pedido, aliviando deste modo
a consciência dos profissionais em causa.
De salientar que na maior parte dos países não existe legislação específica sobre a eutanásia, donde decorre que se realizada pelo próprio doente será, por norma, tida como suicídio e se operada por terceiros considerada homicídio.
Entre nós o problema foi agora novamente colocado na ordem do dia político, sendo muito controversa a oportunidade, sabe-se lá porque suspeitas razões, e mais uma vez a Nação não só não foi devidamente esclarecida como tão complexa matéria requeria, como o pensamento e o sentimento nacionais foram liminarmente postergados em benefício dos desígnios de uns quantos iluminados.
Ainda assim, a maior gravidade deste obscuro procedimento legislativo advém de que há receios fundados de que poderemos estar a caminhar para a legalização de mortes criminosas, abertas ou encapotadas, como no caso do aborto, convertendo-se a eutanásia numa verdadeira selvajaria, como o foi no tempo dos celtas.
Abrindo portas ao sacrifício dos mais desfavorecidos que não tenham dinheiro para pagar uma boa clinica de cuidados paliativos ou de quantos deixaram de ter importância social, como já foram noticiados casos em países em que a eutanásia está legalizada.
Razões mais que suficiente para que a Nação tivesse sido chamada a pronunciar-se em tempo oportuno, mediante um pergunta simples e directa e sem o chorrilho de palavras e conceitos de teor técnico e filosófico que ninguém compreende.
Tudo seria mais sério, pacífico e transparente, estou em crer.