A “sementeira” tradicional das batatas

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Ter, 15/05/2018 - 10:45


Olá familiazinha!

A Feira das Cantarinhas já lá vai, e este foi o primeiro ano em que eu não vi os típicos ramos de cerejas à venda, que embora ainda não estivessem totalmente maduras, eram sempre as primeiras do ano e por isso tinham um sabor diferente, além de já fazerem parte desta feira.

A nossa gente continua a puxar pelo lombo, como me disse a tia Maria Lúcia, de Pinelo (Vimioso), porque não arranja voluntários para fazer o trabalho dela.

Como a vida não são só alegrias, na semana passada deixou-

-nos a tia Maria Edite Cruz, esposa do tio João Castilho, de Bragança, que aos 64 anos partiu, depois de uma doença prolongada e muito dolorosa.

Os sentimentos para o nosso tio João Castilho e que saiba que, quando precisar de desabafar, somos milhares de ombros amigos à sua disposição.

Na semana passada festejámos a vida do tio Abílio (54), de Fonte Fria (Murça); André Pássaro (7), filho do nosso Carlos da Grua, emigrante na Suíça; Irene Hostettler (47), também emigrada na Suíça; tia Glória (65), de Alfaião (Bragança); tia Maria do Céu Lopes (68), de Freixeda (Bragança); tio José Bernardino (63), de Sacoias (Bragança); tia Anunciação (66), pastora de Milhão (Bragança) e o tio Hélder (40), de Barqueiros (Mesão Frio), filho do tio Isolino, emigrado na Áustria.

Saúde para todos e que para o ano voltemos a festejar-lhos.

Nesta edição vamos transcrever a participação radiofónica do nosso tio Belmiro dos Santos, de Grijó de Parada (Bragança), que foi muito apreciada pelo nossa família, onde nos conta a sua história verídica com as mulas da sua sogra.

Agora vamos à sementeira tradicional das batatas.

 

Alguns já sementaram e outros andam a sementar as batatas. Embora quase toda a gente tenha um tractor, ainda há quem faça este trabalho servindo-se da tracção animal. Foi o caso do nosso tio Orlando do Nascimento, que no passado dia 5 de Maio, sábado, em Carção (Vimioso), andou a semear batatas. Também nos disse que este trabalho, à moda tradicional, é uma forma de juntar a família e amigos num convívio comunitário, reunindo algumas pessoas da aldeia para um dia diferente e alegre, visto que as nossas aldeias estão cada vez mais desertas e nesse dia faz-se uma festa onde chegam a estar vinte pessoas a ajudar, cada uma na sua tarefa, desde a lavra, o “assucar”, espalhar o estrume, semear e cobrir as batatas com as guinchas nos “sucos”, antecipadamente rasgados pelos animais. Nesse dia, como não podia deixar de ser, há o mata-bicho, o almoço e a ceia.

Desta maneira, o trabalho é feito de forma biológica e as batatas têm outro sabor, sabendo-se o que se come durante o ano.