Stress afecta professores

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Ter, 06/12/2005 - 16:35


O “stress” foi o tema do seminário que o Sindicato dos Professores da Zona Norte organizou no Auditório Paulo Quintela, em Bragança, na passada sexta-feira.

Sob a temática “Escola: fonte de stress?”, a conferência contou com a presença de dezenas de docentes que ouviram as palavras Luís Ferreira, professor na Escola Secundária de Vinhais e delegado do INATEL.
Segundo o orador, os docentes “estão sujeitos a diversas pressões, quer fora da escola, quer dentro dela”. As relações entre os colegas, com os alunos e o clima de instabilidade a que estão sujeitos são apontadas como as principais causas de estados depressivos, esgotamentos e frustrações que se constatam nos professores.
Posteriormente, as consequências são extremamente negativas para o exercício de actividades, como adianta Luís Ferreira. “Tensão, ansiedade e depressão levam à baixa de serviço, ao absentismo”, defendeu o responsável, acrescentando que os resultados afectam, claramente, a qualidade de ensino.

Inexistência de “grupos de apoio “

Se nalguns países existem, já, os chamados “grupos de apoio”, que visam atender e ajudar os professores com problemas capazes de perturbar a sua capacidade de leccionar, em Portugal há uma completa ausência desses agregados. “Nem todas as escolas têm um psicólogo, sequer, que preste apoio aos docentes”, lamenta o orador. Talvez essa inexistência, na opinião de Luís Ferreira, se deva “à falta de orçamento, pois os lugares que deveriam ser ocupados pelos psicólogos nas escolas estão maioritariamente vazios”.
Na óptica do responsável, os “grupos de apoio” são essenciais no diagnóstico precoce, tratamento e mesmo prevenção das doenças psicológicas e físicas que afectam os professores. É que as consequências dos problemas de “stress” são inúmeras, desde esgotamentos e depressões que resultam, muitas vezes, em alcoolismo, toxicodependência, insónias, dores de cabeça e de coluna.
Apesar de todas as dificuldades, Luís Ferreira não deixa de salientar que vale sempre a pena ser professor. “Não nos podemos esquecer que é o professor quem forma ministros e decisores políticos”, recorda o orador.