Serviços saem de Mirandela

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Ter, 06/12/2005 - 14:46


A Direcção Regional de Agricultura de Trás-os-Montes (DRATM) pode sair de Mirandela.

Esta é a convicção do autarca local, José Silvano, que assegura ter informações sobre um processo de reformulação interno, com vista à concentração de serviços. “A fusão dos serviços de agricultura transmontanos com os serviços de Entre Douro e Minho é a acção mais provável. Eu gostava era que essa concentração fosse em Mirandela e não no Porto, como receio”, acrescenta o edil.
O encerramento de serviços foi um dos principais problemas apontados por José Silvano, na auditoria levada a cabo, anteontem, pela Comissão Parlamentar de Assuntos Económicos, Inovação e Desenvolvimento Regional (CPAEIDR), em Mirandela.
A par da concentração de serviços, as acessibilidades, o turismo, as tecnologias, as energias renováveis e os problemas no financiamento dos projectos agrícolas foram, igualmente, problemas expostos à comissão.

Problemas passam
de geração em geração

Durante cerca de quatro horas de auditoria, os deputados da comissão ouviram as reivindicações dos transmontanos, mas não apresentaram qualquer solução para os problemas da interioridade.
As reclamações foram acompanhadas de críticas aos deputados presentes, nomeadamente a João Cravinho, ex-ministro das Obras Públicas, e a Daniel Bessa, ex-ministro da Economia, por terem “desprezado” o Nordeste Transmontano quando estiveram no Governo.
O Plano Rodoviário Nacional (PRN) foi um dos pontos criticados por autarcas, empresários e representantes de associações da região, que consideram inadmissível que ainda não tenha chegado um quilómetro de auto-estrada ao distrito de Bragança.
Face a estas críticas, João Cravinho, que também preside à CPAEIDR, respondeu com ironia. “ Se soubesse que viria a ser alvo de tantos reparos teria usado o nome PNR do século XXI em vez de PNR 2000”, afirmou o deputado socialista.
Terminada a audição, José Silvano afirma que não acredita que os problemas apresentados à comissão sejam resolvidos, visto que não foi dada qualquer resposta por parte dos deputados.
“Ouvimos aqui que nós temos tudo de qualidade, mas daqui a um mês já estão a centralizar os hospitais e a acabar com serviços como a Direcção Regional da Agricultura, pelo que não acredito que estas reuniões vão resolver o problema”, concluiu o edil.