Proposta de clubes da Liga Placard para uma alteração imediata dos quadros competitivos gera protestos

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Ter, 12/05/2020 - 16:09


Há uma proposta de clubes da Liga Placard que pode provocar uma autêntica revolução no Campeonato Nacional de Futsal da 2º Divisão.

Se as alterações dos quadros competitivos, previstas para a temporada 2021/2022, forem antecipadas há várias equipas em risco de descerem de divisão.

Se assim for, e no que diz respeito aos emblemas da A.F. Bragança, o Grupo Desportivo Macedense desce para a terceira divisão, Clube Académico de Mogadouro e Pioneiros caem nos distritais.

Apesar de ainda não ter sido oficializada qualquer mudança nas competições sabe-se que a Federação Portuguesa de Futebol terá a intenção de organizar a 2ª Divisão Nacional com 24 equipas distribuídas por duas séries e uma 3.ª Divisão Nacional com 30 equipas distribuídas por três séries.

Resta saber se os novos quadros competitivos entram em vigor em 2021/2022 ou já na próxima temporada, como é pretendido pela maioria dos clubes da Liga Placard.

A possibilidade de alterações nos quadros competitivos e a criação de uma 3ª divisão já na temporada 2020/2021 contraria a decisão da FPF, que no dia 8 de Abril tinha cancelado todos os campeonatos sem haver subidas ou descidas.

Ricardo Pires, presidente dos Pioneiros de Bragança, acusa a FPF de se mover “em função de determinadas pessoas” e que “não tem valores”. O líder do clube brigantino diz mesmo que “estamos perante uma federação completamente desorganizada” e que “isso já ficou provado em várias situações”.

Também o presidente do Clube Académico de Mogadouro se mostra desagradado. “Para nós será péssimo. Para já ainda não há grande informação nem certezas. Vamos esperar. O que não se percebe é que a FPF tinha comunicado que com isto da pandemia não havia subidas nem descidas”, disse Carlos Ribeiro.

Entretanto, o Mogadouro prepara-se para ir a votos. As eleições vão realizar-se no próximo mês de Junho e Carlos Ribeiro não deverá avançar para a recandidatura.

Apreensivo está o presidente do Grupo Desportivo Macedense, pois a confirmar-se as alterações dos quadros competitivos já em 2020/2021 o clube vai descer para a 3ª Divisão Nacional.

João Carlos Pires não esconde o desagradado com as possíveis alterações e a forma como estão “a ser cozinhadas”. “A ser verdade este plano orquestrado pelos supostos ‘tubarões’ do futsal e que estará na mesa da FPF será uma vergonha, uma aberração e sem legitimidade alguma”, atirou.

Para o presidente do GDM há um claro aproveitamento da pandemia. “Tentarem aproveitarem-se de um problema de saúde mundial para sugerir descerem equipas de divisão, principalmente no nosso caso, que terminamos a época desportiva 2019/20 no quinto lugar, é simplesmente vergonhoso”.

João Carlos Pires pede mais respeito. “Não brinquem com o nosso trabalho, com a nossa dignidade e com a nossa gente”, conclui.

Entretanto, 11 clubes dos campeonatos distritais, incluindo o CSP Vila Flor (A.F. Bragança), também já manifestaram o seu descontentamento em comunicado, divulgado pela página “NFutsal” em que tecem duras críticas aos clubes da Liga Placard que apelidam de “donos disto tudo”.

No documento, os 11 emblemas consideram “imperdoável” os clubes da Liga Placard considerarem-se como “amadores e pagarem como profissionais”, assim como entendem que estes tentam “defender a sua quintinha”. Em comunicado pedem “coerência, igualdade e equidade”.

As 11 equipas reclamam, à semelhança do que aconteceu no futebol, a subida aos nacionais.