Professores, uni-vos

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Ter, 06/12/2005 - 16:34


O secretário regional de Bragança do Sindicato dos Educadores e Professores Licenciados pelas Escolas Superiores de Educação de Universidades (SEPLEU), Carlos Silvestre, desafia os representantes do professorado a sentarem-se à mesa para evitar a organização de eventos em simultâneo.

A gota de água caiu na sexta-feira de manhã, quando o SEPLEU, o Sindicato de Professores da Zona Norte e o Sindicato de Professores do Norte levaram a cabo três conferências destinadas à classe docente.
Carlos Silvestre diz que a situação não pode voltar a acontecer, sob pena da mobilização dos professores sair enfraquecida. “É lamentável e desafio as pessoas a discutirem estas questões, porque perdem os outros sindicatos, que poderiam ter os professores que hoje temos aqui, e perdemos nós, porque podíamos ter as pessoas que estão a participar noutras iniciativas”, sustenta o dirigente.
Carlos Silvestre considera que todos os docentes devem participar nas acções de formação levadas a cabo pelos sindicatos, principalmente num período em que cresce a onda de contestação ao Ministério da Educação. “Nesta altura, em que a Educação atravessa vários problemas, é importante que os professores participem, até porque há espaço para toda a gente”, defende o dirigente.

“Carpir a Educação”

Na conferência organizada pelo SEPLEU, o mote foram as “Políticas Educativas: Carpir a Educação”, que juntou 85 docentes no auditório da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Bragança. Almerindo Janela Afonso e Manuel Ferreira da Silva vieram do Departamento de Sociologia da Educação da Universidade do Minho para falar do desemprego que afecta a classe docente e da redução do papel do Estado no sector educativo.
Os palestrantes fizeram a retrospectiva da política educativa ao longo dos últimos 20 anos, explicando aos presentes as causas dos problemas que afectam a Educação nos dias de hoje
Na hora do balanço, Carlos Silvestre garante que, se não fossem as conferências que decorreram à mesma hora, a adesão teria sido maior. “Agendámos esta conferência há cerca de um mês e meio e conseguimos ter 138 inscrições, mas só apareceram 85 pessoas, porque as restantes devem ter ido a outras iniciativas que decorrem [decorreram] em paralelo”, lamenta o dirigente.
O responsável entende que a organização de eventos em simultâneo “demonstra desunião da parte dos docentes”, e garante que “o SEPLEU não vai entrar no jogo de marcar as coisas depois dos outros marcarem, embora tenha condições para o fazer”.