Presidência Aberta

PUB.

Ter, 29/11/2005 - 16:05


Ao longo de dois mandatos, o Presidente da República, Jorge Sampaio, nunca tinha estado em Freixo de Espada à Cinta, Mogadouro ou Vila Chã (Miranda do Douro).

Mas, o Chefe de Estado não quis deixar Belém sem conhecer os concelhos em falta para completar a meta de 308 e foi com pompa e circunstância que o Nordeste Transmontano recebeu, mais uma vez, esta mini Presidência Aberta.
Foi na passada quarta-feira que o avião presidencial aterrou no aeródromo de Bragança. Nessa altura, já as estradas de acesso a Freixo de Espada à Cinta estavam cobertas pelas forças de segurança, que guardavam zelosamente as entradas e cruzamentos das principais localidades.
Pela frente, Jorge Sampaio tinha quase duas horas de viagem de Bragança até Freixo de Espada à Cinta. O mesmo é dizer que a rede de estradas pouco ou nada evoluiu desde que, em 1999, o Chefe de Estado fez uma Presidência Aberta dedicada ao Interior e à Desertificação. Nessa altura passou por Alfândega da Fé, Vimioso e Vila Flor, entre outros municípios, e, se lá voltasse, passaria pelas mesmas estradas de há seis anos atrás.
Além duma ou outra beneficiação, a única novidade foi a abertura do IP2 entre Macedo de Cavaleiros e Vale Benfeito, a construção da ponte Sardão-Meirinhos, a remodelação dos célebres cinco quilómetros entre Vimioso e Caçarelhos e a construção do acesso de Moncorvo ao IP2. Ou seja, para um distrito com tantas carências, pouco adianta cumprir o Plano Rodoviário Nacional aos soluços. À excepção da ponte Sardão-Meirinhos, que continuará desaproveitada enquanto não for passagem do IC5, as obras enumeradas não representam um ganho superior a 10 minutos nos tempos de viagem.
É que a beneficiação das estradas nacionais dá uma ajuda, mas só a abertura de novas vias vai encurtar as distâncias de uma vez por todas.
E, como em matéria de novos corredores ainda está quase tudo por fazer, a partir de Bragança continuamos a demorar quase duas horas até Freixo de Espada à Cinta, uma hora para Mogadouro e 1:15 para Moncorvo.
Sendo assim, oxalá que Jorge Sampaio tenha percebido o significado do encerramento de qualquer maternidade no distrito e não tenha vindo ao Nordeste Transmontano, somente, para levar relatos para as suas memórias.