Palpitações

Conheci alguém há uns meses. Começamos a sair e eu apaixonei-me. Envolvemo-nos, mas não deu certo. Tentámos recomeçar várias vezes, mas o desenlace foi sempre o mesmo… cada um para seu lado. O tempo foi passando e as coisas piorando, porque senti que me fui envolvendo cada vez mais e que agora, embora quisesse, não consigo afastar-me e esquecer tudo o que aconteceu.
O problema é que não consigo confiar nele porque o que ele me diz não é confirmado pelo comportamento que tem comigo. Também sei que saiu de uma relação anterior magoado e que isso ainda o afecta muito, embora ele o negue.
Não sei como lidar com ele nem sei como lidar com o que sinto por ele.
A minha indecisão neste momento é entre continuar a insistir numa relação com ele, que já falhou tantas vezes, e que provavelmente poderá vir a falhar outra vez, o que me fará sofrer, ou parar por aqui, tentar esquecer tudo o que se passou e seguir em frente. Mas, neste caso, sei que ficará a eterna dúvida de que se terei feito tudo o que estava ao meu alcance para que desse certo.
O que me aconselha fazer?

Anónima, Bragança

Cara leitora,

Pelo que referiu, pude entender que o relacionamento que vivenciou, ao longo de alguns meses, foi de tal modo marcante para si que, apesar das constantes interrupções, não consegue esquecê-lo, e prosseguir a sua vida.
Neste sentido, pode-se subtrair que a leitora continua a gostar dele, e com forças para continuar a insistir nesta relação.
Claro que, esta é uma decisão que terá de ser tomada apenas por si.
Assim sendo, se decidir continuar, terão ambos de procurar perceber as falhas na vossa relação (quaisquer que elas sejam) e tentar, na medida do possível, colmatá-las. No entanto, por vezes, chega uma altura em que temos de enfrentar a realidade de uma relação que não progride, em que simplesmente as pessoas se magoam e não se entendem, e temos de "seguir em frente".
Paralelamente, a leitora salienta ainda o facto de não confiar nele, e neste sentido, poderá sobreviver esta relação sem confiança?
Este é um caminho que terá de ser percorrido pelos dois, porque qualquer que seja a decisão afectará, sem dúvida, ambas as partes.
É compreensível que a leitora se sinta confusa, pois esta é uma decisão que exige prudência, pois condicionará a sua vida na escolha de dois caminhos completamente distintos. Mas, terá de ser a leitora a tomá-la.

Drª Lialiana Junot Rocha