“Lá para 2010”

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Ter, 13/12/2005 - 16:10


Foi criticado quando afirmou, em pleno III Congresso de Trás-os-Montes e Alto Douro, que a auto-estrada só chegará a Quintanilha “lá para 2010”.

Mas, o tempo está a dar-lhe razão. A frase pertence ao ex-ministro das Obras Públicas, Valente de Oliveira, e, após a reunião de ontem da Comunidade de Trabalho Bragança-Zamora, parece ganhar cada vez mais força.
É certo que o encontro não contou com a participação de membros do governo português e espanhol, mas os autarcas presentes já estão bem cientes dos anos que ainda terão de esperar pela chegada da auto-estrada. Enquanto isso, vamos assistindo à abertura, silenciosa ou não, de novas rodovias em todo o País.
E basta percorrer a zona Norte para perceber o atraso do distrito de Bragança no que toca ao Plano Rodoviário Nacional (PRN). Paços de Ferreira ligou-se ao Porto por auto-estrada pela mão do primeiro-ministro José Sócrates, Vila Real-Viseu já se faz em quatro faixas e o corredor para Chaves avança de vento em popa. Em breve, a auto-estrada chegará a Fafe, e daí para Vila Pouca de Aguiar. Isto só para dar os exemplos mais próximos.
Mas, porque não dar um salto ao Alto Minho e percorrer as estradas que o Orçamento do Queijo negociado por Daniel Campelo retirou das gavetas do Ministério das Obras Públicas? É o caso da A29, entre Viana do Castelo e Ponte de Lima, e da A28, entre a capital alto-minhota e Caminha. Isto para não falar do IC1 (posteriormente transformado em A28) que desde António Guterres que liga Viana ao Porto em meia hora, e da via rápida entre Ponte de Lima e Arcos de Valdevez, que depois prosseguirá até à fronteira do Lindoso.
Como é fácil de perceber, as desigualdades no plano rodoviário não existem só entre Bragança e Lisboa ou Porto. Existem entre Bragança, Vila Real, Braga e Viana do Castelo, estando em clara vantagem estes três últimos municípios.
Pelos vistos, assim continuará a ser até 2009 ou 2010. Resta esperar que não haja mais adiamentos e que a auto-estrada chegue a Quintanilha nessa altura para que, daqui a cinco anos, a Comunidade de Trabalho Bragança-Zamora não ande a falar do mesmo.