Ter, 20/12/2005 - 14:43
Durante o discurso proferido em Bragança, o candidato à Presidência da República, apoiado pelo Partido Comunista, apelou ao voto dos eleitores sem se referir, uma única vez, aos problemas que afectam a população do Nordeste Transmontano.
Segundo Jerónimo de Sousa, a sua candidatura é importante, dado que, se não avançasse, os eleitores que se identificassem com o partido comunista não iriam votar no próximo dia 22 de Janeiro.
O candidato defende que a sua candidatura é para ir até ao fim e acredita na possibilidade da vitória da esquerda numa segunda volta.
Durante o discurso, Jerónimo de Sousa entoou críticas a Cavaco Silva, pelo facto do candidato de direita não expor as suas ideias, para a resolução dos principais problemas do País.
“Se a direita ganhar, Portugal vai viver um período de anti-democracia. Eu defendo o projecto da democracia que a constituição comporta e que a direita quer destruir”, salientou o candidato comunista.
Críticas a Cavaco Silva
Jerónimo de Sousa defendeu políticas de apoio aos desempregados, à pobreza, aos agricultores e às pequena e médias empresas, para que a política dos interesses dos “homens do dinheiro” seja banida.
O não cumprimentos dos vectores principais consagrados na Constituição é outra das críticas tecidas ao PS e ao PSD, que considera responsável pelo bloqueio do progresso no País.
Questionado sobre os problemas que afectam a região de Trás-os-Montes, Jerónimo de Sousa garante que, apesar de não ter eleito nenhum deputado no distrito de Bragança, continua atento aos problemas enfrentados pela população do Interior do País.
O candidato comunista mostrou-se defensor da regionalização, um princípio que é contrariado pelos outros partidos, e que, segundo Jerónimo de Sousa, está a prejudicar a o desenvolvimento da região.
“A regionalização é um comando institucional que não está a ser cumprido. Temos um País assimétrico não só por razões sociais, mas também por razões regionais”, concluiu o candidato, que considera que quem vive no Interior é mais prejudicado do que quem vive no Litoral.