GDB na liderança

O Bragança, com uma segunda parte inspirada, fez valer o seu estatuto de líder e “obrigou” o Amares a regressar a casa com uma justa derrota na algibeira.
Os primeiros minutos do encontro nem faziam prever o bom futebol praticado no segundo tempo. As duas equipas pouco ou nada arriscavam, tentando, apenas, estudar o adversário e acertar marcações.
Até à passagem da primeira meia hora, o Amares foi a equipa mais perigosa e lúcida, mostrando que trazia a lição bem estudada. Os pupilos de Carlos Alberto defendiam bem e sempre que atacavam faziam-no com algum perigo para as redes de Rui Parada. Com rapidez, a equipa de Amares colocou três ou quatro homens na área dos brigantinos.
Este foi, aliás, o melhor período dos visitantes, que só não teve resultados visíveis porque Rui Parada, Fernando Silva e Pardal chegaram para as “encomendas”.
Foi aos 38 minutos que apareceu o esperado golo dos anfitriões. E que golo! Num lance de génio, Everton correu mais de cinquenta metros, passou pelo último defesa do Amares e, com um toque subtil, fez passar a bola por cima do guarda-redes Edgar, que se encontrava ligeiramente adiantado. Um verdadeiro golo de se lhe tirar o chapéu.

Everton brilha em Bragança

Everton é, aliás, um jogador que faz a diferença e, neste jogo, mostrou as suas qualidades, não só de goleador, mas também de jogador de equipa. Até à saída de Mauro jogou sempre nas costas do ponta de lança e nunca se escusou a auxiliar na defesa, sacrificando-se sempre em prol da equipa. Este brasileiro fez valer o seu futebol e mostrou que nem o frio o faz parar de dançar todo o seu samba futebolístico. Dá gosto vê-lo jogar!
Talvez animados pelo golo de Everton ou por alguma conversa de balneário, o Bragança surgiu transfigurado depois do intervalo. Mais confiantes e com mais certeza ao nível do passe, as jogadas de perigo junto da área do Amares foram sucedendo. Não admirou, portanto, que aos 54 e 58 minutos, Mauro e Rui Borges marcassem, respectivamente, o segundo e terceiro golos do Bragança.
O Amares também mostrou a sua presença e aos 60 minutos, num lance de bola parada, Pires fez de cabeça, o resultado final (3-1). Assistia-se a uma bela partida de futebol, até que o árbitro do encontro decidiu “borrar” ainda mais a “pintura” com a amostragem do segundo cartão amarelo a Fernando Silva e, consequente, a expulsão.
Durante todo o encontro, o critério utilizado pelo juíz Fernando Nunes para a amostragem de cartões foi sempre muito desigual para lances semelhantes. Por isso, a actuação do árbitro, que veio do Porto, foi medíocre, visto que nem o jogo nem os jogadores mereciam a amostragem de tantos cartões e tão mal distribuídos.
Para a história, fica a vitória do GDB que se afasta das equipas candidatas da zona do Minho e continua com mais três pontos do que o segundo classificado, o Mirandela.

Jogo no Estádio Municipal de Bragança

Bragança – Rui Parada, Fernando Silva, Pedrinha, Rui Gil e Pardal; Carlitos, Borges (Tony aos 73) e Everton; Pires, (Ademar aos 79) Mauro, (Marco aos 69) e Rui Nelson.
Treinador – Lopes da Silva

Amares – Edgar, Agostinho, Mara, Lelo, (Ricardo Sousa aos 70) e Gama; Ricardo Barbosa, (Jaiminho aos 63), Saviola, Pires e Petit; André Moreira e Faneca (Hugo aos 76).
Treinador – Carlos Alberto

Golos: Everton aos 38, Mauro aos 54, Borges aos 58 e Pires aos 60.

Amarelos: Pires aos 23, Everton aos 36, Fernando Silva aos 41 e 77, Agostinho aos 66, Pardal aos 86, Gama aos 90+1, Mara aos 90+2 e André Moreira aos 90+2.
Vermelho: Fernando Silva aos 77.

Árbitro: Fernando Nunes – A.F. Porto
Árbitros Auxiliares: Arsénio Neves e Marco Cruz.

António Rodrigues / Afonso de Sousa Balserida.