Futebol foi de alta qualidade

Juntem-se falhas escandalosas e defesas do outro mundo de parte a parte para que ambas as equipas possam queixar-se da sorte na expressão do resultado. Futebol de alto níveis técnico, com as estrelas a sacrificarem a sua criatividade em favor do colectivo, rigor táctico, e um hino ao fair-play.
É muito difícil salientar uma unidade entre os 27 atletas que honraram o futebol e a camisola que envergam, como melhor ou menos bem no derby, tal o acerto e a atitude de todos os profissionais do desporto-rei.
E pese embora os lances de eminência de golo tenham sido poucos, porque se os ataques estiveram diabólicos, as defensivas não davam espaços, quando a arquitectura dos lances ou as individualidades conseguiam remar contra a maré e criar eminência de golo, foi no disparo de longe, a tentar a surpresa, que as equipas apostaram.
Rui Parada e Menezes travavam uma competição à parte dentro do espectáculo, de quem era o maior a desmanchar o prazer do golo. Daí que a luta e a genialidade se tenham concentrado a meio campo, rivalizando os eternos rivais num empate de exibição de luxo.
As coisas até começaram da melhor forma, com os “cabeçudos de ouro” Eduardo e Mauro a rubricarem duas situações a papel químico no primeiro minuto de jogo, mas tanto colocaram a bola fora do alcance dos keeper’s que esta rasou os postes das respectivas balizas. Acabou o golo por surgir numa jogada estudada dos locais a alta velocidade, com o lateral Pinto a fazer o desequilíbrio e facturando.
Aos 74’, o lateral direito dos locais faz um corte de carrinho no interior da área, no limite da falta, quanto a nós. Vistoso mas dentro da legalidade, o espectáculo do lance e a pressão do jogo terão iludido o juiz da partida, que voltaria a deixar-se levar aos 85’. A bola vai ao encontro da mão do atleta brigantino, sem contestação, mas primeiro teve uma passagem pela mão do atleta alvi-negro… primeiro foi a bola que procurou ambas as mãos, e depois, a primeira mão foi a do avançado.
O resultado justo teria sido a vitória de ambas as equipas, mas, como isso não é possível, venceu a equipa mais feliz e a que mais sujou o fato-macaco.
Quanto ao trabalho dos três árbitros, um trabalho muito bem conseguido, apesar de difícil, porque apesar da extrema correcção dos atletas, a atitude e o empenho colocadas ao serviço da luta pela vitória propiciou lances com virilidade.
Como nota de rodapé, a vitória do futebol espectáculo, o facto de serem duas equipas do distrito de Bragança a liderar a tabela classificativa e os laços de transmontana amizade entre as direcções. Tudo isto, e a dedicatória unânime dos alvi-negros da vitória ao sócio Carlos Pereira (Lelo Fotografo), a recuperar de uma intervenção cirúrgica delicada, fez do jogo uma grande festa. E que se comece já a falar na segunda parte do grande derby que vai ter lugar em Bragança na 31ª jornada, a 30 Abril do próximo ano.

Jogo no Estádio de S. Sebastião em Mirandela, cheio como um ovo

Equipa de arbitragem da A.F.Braga: Manuel Mota, João Ricardo, Hugo Gonçalves – classificação de 0 a 10 – 10

Mirandela 4x3x3
Menezes-5, Bernardino-5 (Moreno-5 76’), Pinto-5 (Cerejo-4 83’), Ramalho-5, Didácio-5, Sanny-5, Fábio Pinto-5 (sub-cap), Rui Lopes-5 (cap) (, Eduardo-5, Luisinho-5 (Luís-! 92’), Hugo Costa-5
Não utilizados: Paulo Cunha, Tony, Jorge, Ivo
Disciplina: C. A. a Sanny 65’, Rui Lopes 67’, Luisinho 82’, Ramalho 90’, Menezes 93’
Melhor em campo: o fato macaco
Técnico: Carlos Correia

Bragança 4x2x4
Rui Parada-5, Karaté-5 (Tony-5 67’), Fernando Silva-56, Lino-5, Rui Gil-5, Carlitos-5 (Móbil-5 int), Rui Newlson-5, Rui Borges-5, Pires-5, Everton-5, Mauro-5
Não utilizados: Ximena, Pedrinha, Pardal, Ademar, Luís
Disciplina: C. A. Fernando Silvca 19, Lino 48’, Móbil 85, Rui Nelson 88’
Melhor em Campo: futebol praticado
Técnico: Lopes da Silva

Marcha do marcador: 1-0 ao intervalo – 1-0 Pinto 28’, 1-1 Everton 75’, 2-1 Sanny 86’ – resultado final 2-1