Bragança e Zamora unidas em 2009

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Ter, 13/12/2005 - 14:36


Na melhor das hipóteses, só em 2009 será possível viajar entre Bragança e Zamora por auto-estrada.

Pelo menos foi esta uma das conclusões da reunião que decorreu ontem, em Bragança, durante a apresentação pública da Declaração Institucional sobre a auto-estrada do corredor da E82 Porto – Bragança – Zamora – Tordesilhas. Trata-se de um documento que apresenta as propostas de diversas instituições do Norte de Portugal e de Castilla e Léon relativamente à ligação Porto-Valladolid.
No final do encontro, todos os intervenientes concordaram que a criação de novas vias rodoviárias na região abre mais oportunidades na área económica e reforça o combate ao decréscimo demográfico.
A declaração, que será entregue aos primeiros-ministros de Portugal e Espanha, contou com o apoio de várias Câmaras Municipais e de agentes económicos e sociais das áreas fronteiriças.
O presidente da Câmara Municipal de Bragança (CMB), Jorge Nunes, defendeu a execução do projecto, já que vai de encontro aos interesses das populações, que “desejam ver a fronteira de Bragança e Zamora desencravada”.
Na óptica do autarca, a aproximação dos dois territórios vai possibilitar a criação de “novas oportunidades para a economia e criar emprego para os jovens, coisas que não se conseguem sem boas vias de comunicação”.

Lacunas preocupantes

No que toca ao traçado da via, são dois os pontos que preocupam o edil. Um deles é o troço que liga Bragança a Quintanilha, que não está incluído no projecto de prolongamento da A4. O segundo é o lanço Quintanilha-Zamora, actualmente em fase de discussão, que se espera que venha a ter características de auto-estrada.
O delegado na área da Educação, Cultura e Emigração da Diputación de Zamora, José Lorenzo, sublinha a importância da união dos vários agentes sociais, empresariais e comerciais , bem como das Câmaras Municipais. “É necessário manifestar a preocupação em desenvolver um projecto tão importante para Portugal e para Espanha”, afirma José Lorenzo.
A localização geográfica de Bragança e Zamora, longe dos grandes centro urbanos, “faz com que sejamos esquecidos, mas, já que temos as mesmas obrigações em relação ao resto do país, também queremos ter os mesmos direitos. É uma questão de justiça”, salienta José Lorenzo.