Águas agitadas em Ervedosa

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Qua, 27/04/2005 - 16:10


O presidente da Junta de Freguesia de Ervedosa, Franclim do Nascimento, pede à União Europeia (UE) que fiscalize os projectos que as Águas de Trás-os-Montes e Alto Douro (ATMAD) estão a desenvolver na região.

O autarca daquela aldeia do concelho de Vinhais acusa a empresa de estar a construir uma estação elevatória num terreno baldio, junto ao largo de Santa Bárbara, sem qualquer autorização da Junta de Freguesia. “É uma atitude muito irresponsável para uma empresa financiada por fundos comunitários e com uma dimensão que esperamos que seja grande”, alega Franclim do Nascimento.
A gota de água caiu na semana passada, quando um empreiteiro ao serviço das ATMAD começou a rasgar a estrada, que liga a freguesia à ponte sobre o Tuela, para colocar os tubos de ligação à estação elevatória e os respectivos reservatórios. O autarca condena a atitude, alegando que o projecto prevê a colocação da tubagem nos terrenos junto à estrada e não no eixo da via. “Até dá ideia que a empresa alterou o projecto só para não pagar o usos dos terrenos aos proprietários”, sustenta Franclim do Nascimento.

Empresa refuta acusações

O presidente da Junta de Freguesia, de resto, recorda que as ATMAD tentaram, há cerca de um ano, adquirir um dos terrenos em causa, mas sem sucesso. “A oferta que fizeram pelo terreno foi tão irrisória que nem sequer foi discutida em Assembleia de Freguesia”, garante o autarca.
Franclim do Nascimento duvida que o projecto aprovado pela Câmara Municipal de Vinhais (CMV) esteja a ser seguido à risca e desafia a empresa a retirar os depósitos “que foram colocados, indevidamente, no meio da estrada”.
A CMV já está a par da situação, tendo procedido a um levantamento fotográfico das obras em causa.
As ligações em questão fazem parte das condutas que transportam a água a partir da aldeia das Agueiras para abastecer Ervedosa, Agrochão, Rebordelo, Vale das Fontes, Soutilha e Nuzedo de Baixo.
Questionado sobre este assunto, o administrador das ATMAD, Boal Paixão, garantiu que as obras estão a decorrer de acordo com o projecto aprovado pela CMV. “A empresa que faz a fiscalização tem ordens para zelar pelo cumprimento escrupuloso das normas de segurança”, assegura o responsável.
Quanto ao facto da estrada ter sido rasgada para colocar as caixas, Boal Paixão recorda que se trata “de reservatórios de grande dimensão que estão a ser colocados de acordo com a legislação em vigor”.