Ter, 29/11/2005 - 15:51
Fica bem claro que a guerra da contabilidade dos pontos é implacável e, quando uma equipa sabe que se está a organizar já com o campeonato a decorrer e tem de defrontar uma das equipas fortes da prova, primeiro é preciso defender e bem… Depois disso, foram os golos e o futebol a aparecer muito naturalmente, acabando o jogo em níveis muito apreciáveis.
Tacticamente perfeitos e muito fortes a defender, os minhotos foram conseguindo retirar o espaço de manobra aos trasmontanos, anulando as linhas de passe e os ângulos de remate à baliza. E, quando os alvi-negros da Princesa do Tua conseguiam espaço e linha de tiro, Victor dava show de baliza.
Bastará dizer que só aos 21 e 24’ Fábio Pinto rubricava os dois lances em que o golo na etapa primeira esteve mesmo eminente. Um dos quais digno de melhor sorte, já que o chapéu é perfeito, após retirar da jogada dois defesas com pormenores técnicos de alto nível. Só que Victor consegue dar com o indicador direito o toque suficiente para desviar a bola de encontro ao poste.
Ao intervalo, os mirandelenses operam duas substituições temerárias, mas indiciadoras que queriam ganhar o jogo. Ficam nos balneários o lateral direito e o trinco, entrando dois homens de ataque muito rápidos. Esta alteração veio tornar ainda mais difícil a tarefa forasteira. Contudo, é nesta altura que se dá o golo forasteiro na cobrança sublime de um livre directo à entrada da área, com um tiro rasteiro ao ângulo inferior direito de Menezes, que se estirou muito bem mas não conseguiu chegar.
Dada a corrente do jogo, muita gente pensou que se tinha “fechado a loja” e que o Vianense metia uma lança em África, vencendo no seu homónimo de Mirandela. Mas quem assim pensou enganou-se. A dinâmica de vitória transmontana funcionou. Picados no seu orgulho, os mirandelenses arrancaram para 15’ fulgurantes, empatando aos 6’ e assinando a reviravolta aos 13’ do quarto de hora final.
Mas, se o jogo valeu pelo ¼ de hora final… a guerra táctica travada entre Alberto Silva e Carlos Correia foi um espectáculo, desde o apito inicial ao final. Bem digno de dois técnicos que muito deram ao futebol enquanto atletas e, agora, como técnicos estão a fazer escola.
Quanto ao trabalho do trio de árbitros, uma tarde sem problemas nem casos, apitaram o que era de apitar e nem mais nem menos que isso.
Jogo no Estádio de S. Sebastião, em Mirandela. Muito público, apesar do frio que assolou a Princesa do Tua e relvado a necessitar de tratamento.
Equipa de arbitragem da A.F. Braga: Gaspar Fernandes, Joaquim Alves, Pedro Fernandes – classificação de 0 a 10 – 9
Mirandela 4x3x3
Menezes-4, Bernardino-4 (Cerejo-3 int), Pinto-3, Ramalho-4, Didácio-3, Sanny-3 (Hugo Costa-3 int), Fábio Pinto (sub-cap), Rui Lopes-5, Eduardo-4, Luisinho-5, Ivo-3 (Luís Moreno-4 58’)
Não utilizados: Paulo Cunha, Luís, Jorge,
Disciplina: C. A. a Ramalho 56’, Fábio Pinto 74’, Luís Moreno 88’, Rui Lopes 91’
Melor em campo: Rui Lopes / Luisinho
Técnico: Carlos Correia
Vianense 4x4x2
Victor-5 (cap), Leonel-3, Filipe Gomes-4, Artur-5, Zé Fernando-3, Rui Maçãs-4, Tózé-3, Tiago-4, Sencadas-3 (sub-cap), Chica-4, Jorginho-3
Não utilizados: Bruno, Tiago Magalhães, Leandro
Disciplina: C. A. a Tiago 24’, Sencadas 59’, Filipe Gomes 67’, Tózé 80’, Rui Maçãs 82’, Branco 92’, Ruizinho 94’
Melhor em Campo: Victor / Artur
Técnico: Alberto Silva
Marcha do marcador: 0-0 ao intervalo – 0-1 Tózé 75’, 1-1 Ramalho 81’, 2-1 Eduardo 88’ – resultado final 2-1