“Três ás”, o sapateirinho

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Ter, 06/12/2016 - 10:07


No dia 10-02-1934 nasci na freguesia da Sé, concelho de Bragança, onde com os meus 7 aninhos de idade fui para a escola, 1.ª classe como se chamava naquele tempo na escola do Bairro da Estação segui os anos todos até a 4.ª classe sempre com a mesma professora, D. Alice, grande senhora e boa professora, fiz o exame com distinção.
Em continuação da minha historia da vida, minha mãe levou-me a aprender uma arte que era a de alfaiate, da qual eu não gostei. Fugi dela até que a minha mãe me foibuscar ao rio, que era o nosso refugio de rapazitos. Puzeram-me a aprender a arte de sapateiro, de que, aí sim, gostei da arte até que chegou a altura de ir para o serviço militar no ano 1955. Fomos 4 sapateiros para Lisboa para o grupo de companhias do Trem Auto, onde me foi dada a especialidade de condutor e fui para chaufeur dum Brigadeiro, andei com ele 7 meses até que regressei ao quartel para ir para manobras em Santa Margarida. Fui 3 anos (1955-1957) passando à disponibilidade. Vim para a minha santa terrinha, voltando à arte de sapateiro para a oficina do Sr. Malã. Permaneci aí mais uns anos e especializei-me na arte. Um certo dia chamaram-me, por ordem do treinador João Soares, para ir treinar no Desportivo de Bragança, onde fiquei. Estive 3 temporadas pois era jeitoso a jogar a bola. Chegou a altura de sair da arte e ingressei nas forças policiais, em Lourenço Marques, onde estive 15 anos, sendo ano e meio a patrulha, o resto foi como encarregado da oficina de sapataria até que regressei a Portugal em 1975.
Regressado a Portugal fui para o quadro geral de adidos 4 meses, até que me chamassem para ingressar nas fileiras da polícia em Lisboa. Estive lá 9 meses, regressando ao Porto, comando do distrito, onde permaneci 11 anos. Éramos 22 homens na sapataria, na oficina e eu a trabalhar com as máquinas da sapataria do comando distrital até ao dia da minha aposentação. Agora a minha tarefa depois de reformado é ser artesão, de um artesanato que é distinto (são sandálias e soquinhas em miniatura para embelezar o frigorífico).

Alexandre António Aleixo