Ter, 28/03/2017 - 10:52
Na passada semana tivemos dias de várias caras, desde sol, chuva, vento, trovoada, granizo e neve. Cada vez que me lembra que há poucos dias já andávamos todos com alguma parte do corpo ao léu e agora voltamos a gastar lenha que nem vos digo a marca!...
Na madrugada da passada quinta-feira, foram muitas as localidades que amanheceram branquinhas, casos de Carrazeda de Ansiães, Vila Flor, Alijó, Tabuaço, Vila Pouca de Aguiar, Montalegre, Chaves, entre outras. No nosso programa, nesse mesmo dia, falámos com treze localidades que estavam repletas de neve. Aqui por Bragança, dizem os mais antigos, que se não tivermos um nevão no mês de Novembro, não teremos um nevão nos outros meses do ano, na cidade de Bragança. E já há 28 anos, que eu me lembre, se confirma este dito. Claro que não é anormal que nesta altura do ano se verifiquem estas condições atmosféricas. Anormal foi o calor que se fez sentir há poucos dias em toda a região e que, em Mirandela, chegou aos 28º. Na sexta-feira, dia 24, subi à Senhora da Serra, devido a uma avaria no nosso posto emissor, deliciei-me com a paisagem e não resisti a mandar-vos uma pelotada de neve.
Na Família do Tio João, nós festejamos a vida, choramos a morte e pintamos a manta! Nesta página também temos homenageado aqueles que conseguem chegar ao séculos ou mais de vida e também choramos aqueles que Deus vai chamando a Si. Nestes últimos dias, a nossa Tia Branquinha, figura típica de Vinhais, faleceu a poucos dias antes de festejar os 104 anos. Nunca mais vou esquecer o baile que dançamos por altura do Magustão do Tio João, quando estava a caminho de fazer 100 anos. Que em paz descanse a sua alma. Faleceram também o pai do nosso pastor Cordeiro, de Vila de Ala (Mogadouro), a cunhada do Tio Ramiro, de Freixedelo, irmão da nossa Tia Arminda. Também o nosso Tio Baptista partiu. Para além de pertencer à nossa Família também era irmão da Tia Sarinha, (minha sogra), e tio da minha Leninha. Tivemos o privilégio de fazer algumas viagens na sua companhia e era conhecido pelo homem da bandeira, porque nas nossas excursões era ele quem transportava a bandeira de Portugal para orientar o nosso grupo. Foi um grande carpinteiro e ensinou a arte a muita gente. Nos últimos anos da sua vida e porque tinha o “bichinho carpinteiro” dedicou-se a fazer miniaturas em madeira, como os tão conhecidos carros de bois e também a construir bombos artesanais, um dos quais foi oferecido ao meu João André, que sempre o guardará com muita estima e já disse que quando nele tocar se lembrará do tio Baptista. Até sempre tio João Baptista Romão.
Nesta edição, para comemorarmos o Dia Mundial da Poesia (22 de Março) e também para melhor entendermos a morte, deixo-vos três sonetos do Tio Carlos do Soito, o nosso “Camões”.