Ter, 28/06/2016 - 09:54
Juntando a tendência para o “maravilhoso” e o “imaginário” do nosso povo, nasce a lenda que com a força da fé se transforma em realidade na mente popular.
Teria sido assim que nasceu a devoção das gentes das aldeias vizinhas, e não só, de Fontes de Transbaceiro, pela fonte de S. João?
Diz o povo que a nascente da Fonte Nova brotou da terra para saciar a sede de uma pastorita, surda muda, que apascentava por ali o seu rebanho e morria de sede.
Impelida por uma força divina, riscou o chão com o cabo da sua roca e assim jorrou esta água fresquinha e leve que a todos delicia. Terá sido no dia de S. João!
Esta devoção tem passado de geração em geração e faz com que, na madrugada do dia 23 para o dia 24 de Junho, ali se desloquem inúmeras pessoas para colher água da Fonte de S. João.
Não se limitam a bebê-la. Lavam as mazelas que os afligem no momento: é a cabeça deste, o braço daquele, a perna do outro… E, no fim, todos afirmam com convicção, que melhoram e os males desaparecem. Sugestão ou milagre? Todos acreditam que é mesmo milagre e esta vossa amiga é uma devota incondicional de S. João, da água da sua fonte e da tradição que, estou certa, se repetirá todos os anos, enquanto Fontes de Transbaceiro existir.
Maria da Conceição Ferreira
Fontes, 21 de Junho de 2016