Devoção a Santa Columbina em Gimonde

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Ter, 28/09/2021 - 09:17


Dia 21 de Setembro assinalou-se o Dia Mundial da Gratidão. Aproveito para agradecer a todos os leitores desta página o entusiasmo com que a leem, ao ponto de a recortarem e guardarem para mais tarde recordar. Alguns até me dizem” eu não o ouço, mas leio-o sempre”.
Embora na terra quente haja já muita gente com o vinho a ferver nas pipas, por estes lados só vindimam a partir do início do próximo mês. Pois diz o povo “Outubro a entrar, toca a vindimar. Quem já vendimou foi o tio António Reis de Talhas, Macedo de Cavaleiros, teve 2 dias de vindima, com 25 vindimadores. A tia Gracinha do cavaquinho também já vindimou com ajuda dos seus amigos minhotos. No dia da vindima fizeram-nos a surpresa de cantarem um cântico todos em conjunto. A vindima continua a ser uma das festas do agricultor.
Faleceu aos 69 anos Olindo Fernandes, com quem tive o prazer de conviver várias vezes. Participou em muitas viagens. Paz à sua alma e os sentimentos à família enlutada.
Os sentidos pêsames também à tia Maria Teixeira de Coelhoso, Bragança, que teve a infelicidade de perder a filha, com 40 anos. Não há dor igual à de perder um filho.
Nesta edição, o Pedro Castro de Gimonde, conta-nos a lenda da Santa Columbina.
Estiveram de parabéns; Armindo dos Santos (86) São Jomil (Vinhais); Ana Teixeira (79) Fiolhoso (Murça); Francisco Pires (74) Rio de Fornos (Vinhais); Nelson Pinto (37)Gostei (Bragança); muita saúde e coza o forno. 

 

 

Gimonde celebrou, no 3º fim-de-semana, a Santidade da Gloriosa Virgem e Mártir Santa Columbina. 
Perde-se no tempo a devoção das gentes da terra a esta Santa a quem muitos atribuem inúmeros milagres.
Segundo reza a lenda, a jovem Columbina era natural de Espanha, pertencia a uma família abastada e seu pai tinha-a prometido em casamento a um nobre cavaleiro. No entanto, o fascínio da sua vida era a pessoa de Jesus Cristo e o Evangelho. Como não queria desagradar ao seu querido pai, resolveu fugir sem destino. 
Diz a lenda que a fuga a trouxe ao termo de Gimonde, chamado “Pernai”. Aí viu que um cavaleiro a perseguia. Aflita, resolveu pedir auxílio ao que estava mais perto, uma fraga, dizendo:
“Abre-te fraga que hás-de ser a minha morada! “. A fraga abriu-se e ela protegeu-se do cavaleiro. Diz-se que o cavaleiro deu várias voltas à fraga a ver se encontrava uma entrada, mas tudo foi inútil. Os antigos afirmam que ficou marcada na fraga a ferradura do cavalo e que, ainda hoje, é possível ver essa marca. 
A lenda refere, ainda, que Santa Columbina viveu ali algum tempo, alimentando-se do que a natureza dava. 
Mais tarde terá aparecido a uma pessoa da terra e pedido para construírem uma capela em sua honra nessa fraga. Como o pedido não foi concretizado, apareceu, algum tempo depois, um pouco mais a baixo, local onde hoje se encontra uma ermida em sua honra. 
Os anos passaram e a devoção fervorosa permaneceu...

É curioso, se formos à história dos Santos, o Martirológio Romano, diz-nos a seguinte: 
Em Córdoba, na Andaluzia, Espanha, Santa Colomba, virgem e mártir, que durante a perseguição dos mouros professou espontaneamente a sua fé diante de juízes e do conselho da cidade, foi prontamente decapitada pela espada diante das portas do palácio.
Santa Colomba viveu na cidade de Córdoba, Espanha, sob o domínio muçulmano durante o século IX.
Colomba foi uma das flores mais formosas que a Igreja moçárabe produziu na Córdoba desses dias. “Formosíssima e nobilíssima, espelho e norma de santidade para todos os cordobeses”, escreveu dela seu pai espiritual e panegirista Santo Eulógio, e diz também: “perfeita na castidade, firme na caridade, constante na oração, pronta em obedecer, propensa à misericórdia, fácil no perdoar, atenta no ensino, disposta a ensinar”.
Esta jovem nobre cordobesa havia escutado as pregações de Santo Eulógio e daí veio sua conversão. Lutou contra o parecer de sua família para entrar no Mosteiro de Tábanos (Córdoba), onde era abade do mosteiro duplo (masculino e feminino) seu irmão Martim.
Ali, Colomba entregou-se de cheio às mais duras práticas da vida monástica. Ela e sua irmã Isabel dirigiam o mosteiro, inculcando nas almas jovens e ternas de suas discípulas os altos e luminosos ideais da perfeição cristã. Sua alma ardia de vivos desejos de voar para Cristo, para viver eternamente ao lado de seu Amado. Suas irmãs a ouviam muito frequentemente cantar com sua bela voz a Antífona da liturgia visigoda: “Abri-me, Senhor, as portas de tua glória para que volte àquela pátria onde não existe a morte, onde a doçura do gozo é perpétua!” Colomba chegou a ser eleita abadessa.
Foi decapitada no dia 17 de setembro de 853, diante do palácio do governo, depois de ter oferecido um dom aos seus assassinos. O seu corpo, lançado no Rio Guadalquivir e encontrado ileso e íntegro depois de seis dias, foi sepultado na Basílica de Santa Eulália. As relíquias de Santa Colomba, segundo consta, foram transportadas mais tarde para a Abadia de Santa Maria de Nájera. Sua festa é celebrada em grande parte da Espanha, no dia 17 de Setembro.
Todos sabemos que entre o mito/lenda e a realidade há pontos que se cruzam e que se complementam. 
Certo é que, ainda hoje, este povo de Gimonde e muitos devotos de outras terras, dedicam a Santa Columbina uma grande devoção e, sob a sua proteção, a ela recorrem nos perigos, angústias, necessidades, alegrias, tristezas, sucessos ou fracassos.

Gloriosa Virgem e Mártir Santa Columbina, Rogai por nós!