As ameaças que nos têm chegado dos quatro cantos do mundo, umas mais sérias do que outras, têm alarmado a sociedade mundial e com alguma razoabilidade, diga-se.
Nos últimos anos tem-se vivido sob a incredibilidade de uma possível ameaça se tornar verdadeira e de um momento para o outro a verdade é bem mais terrível do que a suspeita lançada ao vento. O certo é que nós acabamos por apanhar com a verdade e toda a realidade que a envolve e com as consequências a ela inerente.
Quantas vezes fomos avisados da vinda de um vírus terrível que mataria muita gente? Quantas vezes alguém se arvorou em vidente e avançou com previsões aparentemente tontas e sem nexo algum e, tornaram-se reais?
Pois é verdade. Se formos atrás no tempo e não é preciso recuar muito, todos nos lembramos de uma ameaça de um vírus que viria de umas aves, que não chegámos a identificar, mas que alarmou de tal modo a sociedade mundial que logo surgiu um medicamento que poderia ser usado e que curaria ou evitaria a propagação do vírus e da doença então apelidada de gripe das aves. Lá se difundiu rapidamente o tal gel alcoólico em todos os locais, mas especialmente nas escolas. O gesto do tossir foi difundido tal e qual como agora. A desinfecção das mãos a mesma coisa.
Depois veio também a chamada gripe suína. Agora já não eram as aves as culpadas, mas os porcos. Quase acabaram as criações de suínos em todo o mundo. As recomendações foram as mesmas desde o tossir ao desinfectar das mãos. O mundo tremeu novamente. As mortes sucederam- -se um pouco por todo o lado. O medo alastrou identicamente. No meio desse vai e vem de medos e previsões catastróficas, apareceu a doença das vacas loucas. Terrível. Ninguém conseguia explicar o que acontecia às vacas, mas a partir do momento em que alguém disse que era uma doença de possível transmissão aos humanos, todos ou quase, deixaram de comer carne de vaca. Os criadores interrogaram-se sobre o que deveriam fazer. Algumas pecuárias passaram momentos difíceis. Algumas fecharam os estábulos de vez. Tempos difíceis.
O caricato no meio destas notícias todas é o facto de aparecer sempre alguém a acusar esta ou aquela empresa americana de ser a causadora desta ou daquela epidemia e de logo aparecer com o medicamento, como por magia, porque tudo estava preparado. Por trás estariam as grandes empresas farmacêuticas que ganhariam, e ganharam, enormes somas de dinheiro, à custa da morte de umas centenas de pessoas. Assustador.
A verdade é que a questão nunca se pôs a nível político. É sempre uma questão económica. Tem sido, pelo menos. Mas parece estar a mudar este pressuposto. O actual vírus que terá surgido aparentemente dos morcegos na China e alastrado por todo o mundo, vá-se lá saber se é verdade, põe em causa outros pressupostos, em que a vertente política ganha cada vez mais força. Inicialmente, tudo avançou como se se tratasse de uma má experiência originária da China ou dos EUA e que por azar dos Távoras, se espalhou rapidamente por todos os Continentes e países. Rodam informações sobre 127 possíveis vacinas quase prontas a serem realidade no tratamento da pandemia. Aventam- -se hipóteses e no entretanto, somam-se os milhares de mortes no planeta. Mais do que as últimas catástrofes acontecidas.
Ainda sem certeza de coisa alguma, vem agora mais um vidente agoirento, adiantar que virá um vírus ainda mais terrível que os últimos e que matará metade da população mundial. E adianta que esse vírus virás das galinhas. Uma vez mais, um vírus que vem dos animais caseiros e que servem de repasto frequentemente aos humanos. Uma vez mais a economia a ser atingida. Os avicultores que se cuidem. Desta feita, a culpa do vírus mortal, será das galinhas. Então o que fazer? Se o tal vidente cientista tem a certeza do que afirma, que informe como chegou a tal conclusão e como debelar a futura enfermidade. É que a ser assim, a culpa não será das galinhas, mas do próprio homem que as cria. Que fazer então? As galinhas vão ficar com a culpa?