A poesia é, sem dúvida, a forma mais delicada e civilizada de expressar sentimentos de amor, tristeza, raiva e revolta. Também de partilhar ideias, unir vontades e reacender a esperança.
Os portugueses têm tido, nos últimos tempos, demasiados motivos de indignação e descrença produtos do egoísmo, da mentira, da incompetência e da desfaçatez prevalecentes nas elites dirigentes, muito acima do que seria admissível.
A recente tragédia de Pedrógão Grande e o assalto aos paióis do polígono militar de Tancos, são os exemplos mais expressivos da profunda crise moral e de identidade em que o Estado português se encontra atolado, e que extravasa o plano financeiro.
Talvez este poema possa trazer algum alento e conforto ao cidadão comum e demovê-lo de desistir.
Portugal morreu,
a minha Pátria, não!
Portugal morreu!
Jaz morto às mãos da corrupção
e das teias que ela teceu
A minha Pátria, essa não!
A minha Pátria é o meu povo
a Língua que fala
a História que conta
a Verdade e a Democracia
e toda a sua poesia
A minha Pátria não é afronta
terreiro de paço
espaço de intriga e traição
políticos, banqueiros e outros vilões
os coveiros da Nação
A minha pátria é Camões
é Gama
Vieira e Pessoa
Santo António de Lisboa
do Quinto Império nostalgia
futuro que o povo reclama
É o meu Trás-os-Montes natal
suas lágrimas, suas fontes
meu Santo Graal
Portugal morreu
às mãos da corrupção
feito fogo e fumo
terra queimada
Nação emigrada
gente que chora
à procura de novo rumo
Portugueses, é agora!
(Este poema também poderá ser lido em: http://henriquepedro.blogspot.pt)