Pátria de apátridas

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Talvez o título melhor se aplique à Europa no seu todo. Foquemo-nos na pátria portuguesa, por agora. No quadro do actual Regime político seria um completo dislate um partido apresentar-se como não sendo de esquerda, nem de direita, nem do centro. Não é que fosse ilegalizado, como se de um partido de extrema-direita se tratasse, embora haja partidos de extrema-esquerda com assento parlamentar, cujos agentes impunemente promovem o ódio racial e atacam instituições básicas da democracia. O problema, mais do que não constar no catálogo de ideologias da AR, seria decidir onde sentar tão peregrino partido no hemiciclo, por inexistência de lugar físico e ideológico. Optar por uma gaiola separada significaria admitir que a verdadeira Nação não está ali representada. Razão pela qual também não são autorizadas candidaturas independentes à AR, muito embora não faltassem candidatos, porquanto a maioria esmagadora dos cidadãos livres e de bons costumes se assume apartidária e se abstem em função das circunstâncias. Maioria para quem os labéus comunista e fascista são insultuosos por igual, mas que considera um elogio o epíteto patriota. Felizmente, até ver, o voto ainda não é obrigatório e os cidadãos não são matriculados à nascença num partido, muito menos num partido único regimental. O diabo seja cego, surdo e mudo. Mesmo os mais entranhados militantes dos actuais partidos que se dizem democratas, têm a obrigação moral de não terem comportamentos facciosos e muito menos fanáticos, embora se verifique o contrário. Lamentavelmente, um qualquer cidadão que publicamente declare o seu amor à Pátria e se orgulhe da História e da Língua portuguesa é mimoseado pelos ditos democratas, com os piores adjectivos, desde fascista a salazarista, passando por racista e colonialista. Mesmo quando se trata de portugueses do mundo, pacifistas, amantes da democracia e respeitadores de todas as nações. Portugal está transformado numa pátria de apátridas, como se vê. Não tanto por força dos imigrantes com os quais o Governo hipocritamente pretende fazer caridade e suprir as necessidades de mão-de-obra barata mas mais agrava a miséria comum. Também pela leveza com que a cidadania portuguesa é concedida a estrangeiros sem a suficiente ligação histórica, cultural ou familiar, para lá do fundamental conhecimento da língua, do indispensável cadastro criminal ou do aconselhável estágio de integração na comunidade lusíada. Fundamentalmente porque o Governo não cuida devidamente da História, da Cultura, da Língua, da Educação Cívica, do Património pátrio e do atávico Humanismo e Universalismo português, deixando o povo indefeso à mercê dos mais abjectos colonialismos ideológicos, culturais, políticos e económicos. Pátria de apátridas. Rosto de um Estado pária, que apenas sobrevive graças à caridade da Europa. Estado pária governado genericamente por impostores apátridas, para não dizer traidores, que vendem a Nação por um voto e a Pátria por um pataco. Dói mas é verdade! Produto espontâneo do Regime corrupto floresce agora o partido Chega, cujo líder, André Ventura, poderá não passar de um percursor, porque maiores surpresas estão para chegar envoltas nas brumas da crise. Cuidem-se

Henrique Pedro