A inevitável independência de Angola veio cedo demais.
Deveria ter acontecido alguns anos depois, somente, embora não muitos mais. Precipitada pelo golpe de estado militar de 25 de Abril de 1974, processou-se da pior forma.
Por ironia da História aconteceu numa altura em que as Forças Armadas da Portugalidade, que incorporavam soldados de todas as raças e credos, dominavam em absoluto todo o território angolano, garantindo a paz militar e a segurança civil em todos os centros urbanos, bem como assim a circulação livre e segura de pessoas e bens.
Para lá de que elas próprias rasgavam estradas, dispensavam alimentos, educação e cuidados de saúde às populações mais recônditas e carenciadas, e asseguravam a concórdia entres grupos étnicos rivais.
Infelizmente esse prometedor período de paz e progresso foi brutalmente interrompido mal a independência sob a bandeira marxista-leninista se consumou, dando lugar a uma medonha carnificina que descambou na desumana autocracia corporizada no déspota Eduardo dos Santos.
Eduardo dos Santos e cúmplices que, deslumbrados pelo poder totalitário e pelo dinheiro fácil do petróleo e dos diamantes, condenaram impunemente os angolanos à mais degradante miséria, com desprezo total pelos direitos do homem.
Portugal também esteve em rumo idêntico, diga-se em abono da verdade. Salvou-o a Europa, que continua a valer-lhe, muito embora prossiga com a corda na garganta.
Agora mesmo a agitação social está ao rubro, provocada por forças obscuras que procuram lançar Portugal no caos, favorecendo a criminalidade de toda a classe, fomentando o racismo, protegendo a imigração selvagem e incitando grupos marginais a sublevar-se contra a autoridade de direito democrático.
Tudo sob a égide da governança autodenominada socialista, com a conivência cínica do PCP e do BE, autointitulados de esquerda, e a titubeante oposição do PSD e do CDS, ditos de direita. Uma comédia grotesca encenada no palco do Regime da corrupção, agora esperançosamente abanado por novos protagonistas.
Angola, porém, talvez por se tratar de um país africano, não teve quem de boa-fé lhe deitasse a mão, pelo que os desonestos machuchos angolanos encontraram nas elites políticas e económicas de Lisboa com provas dadas no saque do Estado português, os comparsas ideais.
Tudo se ajustava: a democracia ainda não chegara em pleno a Portugal e a independência de Angola viera cedo demais.
Tivesse vindo uns anos depois e Angola seria seguramente um exemplo para África e para o Mundo. Seria, por certo, um país moderno e progressivo, livre de traidores, salvo da guerra civil e governado por cidadãos com o mais elevado sentido cívico e patriótico.
Com a intervenção em curso do chamado Luanda Leaks o consulado de Eduardo dos Santos parece estar finalmente a desmoronar-se e o Regime corrupto português a ser, por igual, denunciado internacionalmente.
É fatal como o destino!
É o fado Lisboa Luanda Leaks que, aparentemente, anuncia uma nova esperança para a democracia em Portugal e em Angola. Esperemos que não seja só fogo-de-vista e que tudo não passe de uma ruidosa rendição de quadrilhas.
Angola e Portugal merecem melhor sorte.
Que Nossa Senhora da Muxima proteja os angolanos.
E Nossa Senhora de Fátima os portugueses.
Este texto não se conforma com o novo Acordo Ortográfico.