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“Força, Coragem e Orgulho”

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Nos últimos anos, o nosso dia-a-dia tem sido pautado pela soma de pais, avós e familiares que, de uma forma muitas vezes forçada, veem partir os seus filhos para fora de Portugal. A emigração do passado, tal como a mais recente, tem marcado gerações e gerações de sentimentos profundos de saudade que, com o tempo, se vão atenuando.
Este fenómeno, que incide particularmente nos mais jovens, tem sido especialmente sentido no nosso distrito. A emigração permanente tem desencadeado a saída de muitos quadros especializados, que vão valorizar os Países que os acolhe, enquanto por cá, potencia o envelhecimento e a desertificação das nossas terras.
A economia do País que vai enchendo páginas e páginas de jornais, a importante discussão do Orçamento de Estado para 2016, com a recente promulgação do Presidente da República, o debate em torno da melhoria de vida dos Portugueses não será nunca suficientemente relevante para a felicidade de ter os “nossos” perto de nós. As famílias entretanto separadas, para colmatar dificuldades financeiras de diferentes origens, não serão as mesmas com o passar dos anos. A realidade da proximidade tecnológica que a internet veio permitir, possibilita o contacto assíduo com familiares emigrados, ajudando a descomplicar a distância geográfica, mas todos sabemos o quanto é bom termos os nossos por perto.
Em cada emigrante vejo força, coragem e orgulho no trabalho que desenvolve, sem nunca esquecer a vaidade de ver crescer pessoal e profissionalmente colegas e amigos que emigraram e, sobretudo, acalentando a vontade que no regresso. Preenchem-me de admiração.
Estes últimos quatro anos de governação PSD/CDS, foram especialmente negativos no que concerne à emigração. Em termos do impacto real no futuro do nosso país, deve mesmo constituir o golpe, por ter claras repercussões sociais negativas que têm um impacto ainda maior em distritos mais envelhecidos e desertificados, como o nosso. O mesmo é dizer que o embate de algumas medidas políticas tomadas no passado dificilmente poderá ser ultrapassado, mesmo que sejam implementadas fortes políticas de apoio ao regresso dos nossos emigrantes.
Será, pois, um grande desafio a este Governo assegurar a melhoria das condições de vida de todos os Portugueses. Garantir a igualdade de oportunidade entre interior e litoral, centros urbanos e rurais e afirmar a criação de novos postos de trabalho, pela dinamização da economia, mas também pelo crescimento do orçamento das famílias, também das mais necessitadas.
Os nossos emigrantes serão sempre, na minha opinião, uma referência nacional, regional e local e um exemplo de resiliência singular. Em cada emigrante vejo força, coragem e orgulho na sua Terra.

Júlia Rodrigues